Os governos do mundo e as agências humanitárias precisam planejar agora como reassentar milhões de pessoas que deverão ser deslocadas por causa de mudanças climáticas, alertou um painel internacional de especialistas. O reassentamento relacionado a grandes projetos de desenvolvimento de infraestrutura vem ocorrendo há décadas, com algumas estimativas apontando até 10 milhões de pessoas por ano, disse o principal autor do relatório, Alex de Sherbinin. As lições de tal reinstalação podem servir para reassentamentos futuros, que na verdade já estão em andamento no Vietnã, Moçambique, na costa do Alasca, no território chinês da Mongólia Interior e no sul do Pacífico. Se as temperaturas globais subirem, como previsto, em até 4 graus Celsius neste século, "o reassentamento se tornaria praticamente inevitável em algumas regiões do mundo", escreveram os cientistas na Science. Um aquecimento dessa magnitude teria um impacto dramático na disponibilidade de água, na produtividade agrícola, nos ecossistemas e no nível do mar -- que por sua vez afetam onde e como os seres humanos podem viver. O planejamento para milhões de refugiados vai ser um desafio, mas é muito melhor do que a alternativa, disse Sherbinin por telefone do Instituto Terra na Universidade Columbia, em Nova York. "Nós vamos só responder às chamadas de emergência que surgirem, ou vamos realmente nos antecipar a algumas dessas coisas e, assim fazendo, evitar uma chamada de emergência até certo ponto e talvez poupar algum dinheiro no processo?", questionou ele. Os procedimentos já em uso para reassentar vítimas de desastres naturais tais como secas, inundações e terremotos poderiam ser utilizados ou adaptados para preparar para o reassentamento de refugiados do clima, disseram os autores.
Reassentamentos passados provocados por barragens, minas ou outro tipo de desenvolvimento nem sempre produziram os benefícios previstos para aqueles que foram transferidos, disse Sherbinin. Por exemplo, na China, 1,25 milhão de pessoas foram deslocadas durante 16 anos para a represa gigante das Três Gargantas no rio Yangtze, de acordo com o co-autor Yan Tan, da Universidade de Adelaide, na Austrália. Aqueles que foram transferidos deveriam ser reassentados localmente, mas 15 por cento foram reassentados longe de suas casas originais.
Quais ONGs cooperaram com Moraes e são alvo do Congresso nos EUA
MST elege 133 candidaturas entre militantes próprios e políticos apoiadores da causa
Lula põe o comércio exterior brasileiro a serviço de terroristas e assassinos
Censura ineficaz: banimento do X no Brasil teve impacto mínimo no uso da rede social
Deixe sua opinião