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Perdidos no mar de Andaman, imigrantes de Mianmar têm de tomar a própria urina para não morrer. | STR/EFE
Perdidos no mar de Andaman, imigrantes de Mianmar têm de tomar a própria urina para não morrer.| Foto: STR/EFE

Milhares de imigrantes à deriva em mares do sul da Ásia ficaram sem destino depois que a Tailândia negou permissão para que um barco aportasse ontem no país. Já a Malásia declarou que irá devolver os imigrantes ao mar.

Itália diz ter resgatado 3,6 mil pessoas à deriva em dois dias

Cerca de 3,6 mil imigrantes foram resgatados viajando em embarcações superlotadas da África para a Europa nas últimas 48 horas, afirmou ontem o governo da Itália, no momento em que as condições marítimas são favoráveis para tentar a travessia pelo mar Mediterrâneo.

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Os aliciadores abandonaram embarcações repletas de imigrantes, muitos deles famintos e doentes, em reação à repressão ao tráfico humano na Tailândia, o destino mais comum dos muçulmanos rohingya — um povo sem Estado que a Organização das Nações Unidas (ONU) descreve como uma das minorias mais perseguidas do mundo e que foge da violência em Bangladesh e Mianmar.

A Tailândia não permitiu que um barco com 300 imigrantes, incluindo mulheres e crianças, encontrado à deriva em suas águas, chegasse à terra. “Negamos a eles a entrada no país, mas lhes demos alimento e água em respeito a nossas obrigações em relação aos direitos humanos”, afirmou Puttichat Akhachan, da polícia do país.

O barco foi encontrado a 17 quilômetros da costa da ilha de Koh Lipe, no sul do país. A televisão mostrou mães em prantos e crianças pequenas pedindo ajuda.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) alertou que a situação pode se tornar um desastre humanitário e disse que os governos deveriam resgatar os imigrantes.

Urina

Em mais um caso trágico registrado nos mares da Ásia, um barco de pesca levando centenas de imigrantes do Mianmar foi flagrado ontem à deriva no mar de Andaman. Nenhuma autoridade do país se mostrou disposta a recebê-los. Sem água e comida, os passageiros estão bebendo a própria urina, após passarem uma semana no mar depois de a tripulação ter abandonado o barco à deriva.

O barco de pesca, transportando cerca de 350 muçulmanos rohingya, é uma das embarcações que teve sua entrada recusada pela Tailândia. Os imigrantes que estavam à bordo relataram à rede britânica BBC que a tripulação abandonou o barco e desativou o motor. Dez pessoas teriam morrido e seus corpos foram jogados no mar.

Gritos de “por favor, nos ajude” e “eu não tenho nenhuma água” foram ouvidos quando uma embarcação levando jornalistas se aproximava dos imigrantes. Mianmar rejeita os rohingyas como cidadãos, restringe suas viagens no interior do país e se recusa a chamá-los pelo nome.

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