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A Autoridade Palestina (AP) pediu nesta quinta-feira o apoio e a intervenção do grupo Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) contra as decisões de Israel de manter seu projeto de expansão dos assentamentos em Jerusalém Oriental e de baixar ordem militar 1650, que ameaça os palestinos do setor Ocidental da cidade com a deportação para outros países. Em um café da manhã no Itamaraty, os chanceleres do Ibas reafirmaram a preocupação com essa nova situação e prometeram o engajamento de seus países no processo de paz entre israelenses e palestinos.

A iniciativa desse encontro vinculou-se diretamente à ambição do governo Luiz Inácio Lula da Silva de mediar o conflito e começou a ser desenhada durante a visita do presidente da AP, Mahmoud Abbas, a Salvador, em novembro passado. Em meados de março, quando o presidente brasileiro realizou sua visita oficial a Israel, aos territórios palestinos e à Jordânia, o plano foi reforçado nas conversas entre Lula e Abbas em Ramallah. A AP correspondeu integralmente.

"Viemos aqui porque os países do Ibas estão muito interessados em se engajar no processo de paz e para pedir a sua intervenção no caso de essas deportações prosseguirem", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros palestino Riad Al-Malki. "É preciso pressionar Israel a cumprir com suas obrigações internacionais", completou, logo depois de acentuar que o governo israelense prova com atos seu desinteresse na negociação de paz.

Terça-feira entrou em vigor a ordem 1650 do governo de Israel, que prevê a deportação dos palestinos da parte oeste de Jerusalém que não apresentarem um documento de residência permanente emitido pelo comando militar do país. Segundo Malki, essa medida foi adotada no início dos anos 60, depois foi reeditada com termos mais severos em 1969 e, agora, novamente foi posta em prática. A medida, para o chanceler da AP, é uma violação dos compromissos de Israel com a comunidade internacional e deve ser condenada.

Quarteto

O chanceler Celso Amorim argumentou que tais "percalços" tornam ainda mais urgente a ajuda do Ibas ao processo de paz. Em especial, aos esforços do Quarteto para a Paz no Oriente Médio, que envolve os Estados Unidos, a União Europeia, a Rússia e a Organização das Nações Unidas (ONU).

Mas, apesar de frisar que os membros do IBAS são "amigos" de Israel, deixou claro o apoio de todos à criação de um Estado palestino viável, conforme as fronteiras de 1967 (que incluem Jerusalém no território árabe). "Podemos contribuir com ideias novas e de forma positiva para que o processo de paz prossiga. Podemos ajudar também o Quarteto a sair do círculo de giz no qual, aparentemente, se encontra fechado", afirmou Amorim.

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