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Como Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger passou pouco mais de um dia fora da Europa: foi em novembro de 2006, quando visitou Ancara e Éfeso, na parte asiática da Turquia. Quando saiu do Vaticano e da Itália, nos seus quase dois anos de pontificado, o Papa dedicou a maior parte de seu tempo a Europa, continente que pretende resgatar do secularismo.

Seu antecessor, João Paulo II, nascido na Polônia, fez mais de cem viagens para 132 países diferentes, em cinco continentes. Papa por 27 anos, João Paulo II foi considerado um "peregrino global", que levou ao pé da letra a ordem de Jesus Cristo de "levar o evangelho até os confins do mundo".

Dois teólogos ouvidos pelo portal de notícias G1 acreditam que Bento XVI decidiu priorizar a Europa por dois motivos: sua idade avançada (tem 80 anos) e a atual "descristianização" do Velho Continente.

"João Paulo II um era um homem jovem e Bento XVI é um idoso. João Paulo era um atleta e um homem público. Já esse papa (Bento XVI) é mais reservado", afirma o professor Luis Felipe Pondé, professor de teologia e filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

"Além disso", completa Pondé, "Bento XVI tem uma outra estrutura de pensamento. Ele está muito preocupado coma a descristianização da Europa, que é o centro da cultura cristã."

O padre José Antônio Trasferetti, presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Moral, também acredita que Bento XVI priorizou a Europa até agora por causa dos "problemas" que a Igreja Católica está enfrentando no continente.

"O foco dele é a Europa. O Papa acredita que ela precisa ser 'recristianizada' devido à sua atual sociedade consumista e modernista", diz Trasferetti.

Em relação às escassas viagens do atual Pontífice, Trasferetti opina que, além da diferença de idade, o fato de Bento XVI viajar menos também é uma questão de personalidade, e não de opção política.

"O João Paulo gostava de viajar muito e o Bento XVI trabalha mais no Vaticano, no interior da Cúria, com os problemas próprios da Igreja Católica. Ele deu prioridade a esse trabalho interno nos dois anos. E a idade também influi, claro. Ele não tem condições de ficar viajando muito."

O Papa Bento XVI virá ao Brasil para um evento Latino-Americano: A V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, que acontece do dia 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida.

As viagens do Papa

A primeira viagem do Papa foi à Alemanha, em agosto de 2005, para o encontro mundial de jovens católicos na cidade de Colônia. Ele falou aos jovens que as divisões entre culturas e etnias vão desaparecer um dia. No mesmo discurso, Bento XVI acabou por se envolver na maior das polêmicas de seu pontificado, quando associou a disseminação do Islã à violência.

Em maio de 2006, Papa foi à Polônia para uma viagem de quatro dias. Ele disse que está feliz ao seguir os passos de seu antecessor, João Paulo II. No domingo, ele visitou um campo de concentração onde milhares de judeus foram executados na 2ª Guerra Mundial.

Em visita à Espanha, em julho de 2006, Bento XVI criticou o casamento gay. Em discurso na cidade de Valência, ele disse que o futuro da humanidade depende da união do homem com a mulher.

Papa encontrou fiéis em Munique, em setembro de 2006, em sua segunda visita à Alemanha. Ele falou que o país é um exemplo da convivência boa entre cristãos e muçulmanos.

Em visita à Espanha, Bento XVI criticou o casamento gay. Em discurso na cidade de Valência, ele disse que o futuro da humanidade depende da união do homem com a mulher.

Na Turquia, dois meses e meio depois, Bento XVI tentou construir uma ponte simbólica com o mundo muçulmano. Com gestos como a visita à Mesquita Azul, em Istanbul, o chefe da Igreja tentou deixar para trás a polêmica aberta pela declaração sobre Maomé.

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