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Em entrevista no avião papal na viagem de volta do Cazaquistão, Francisco afirmou que envio de armas para a Ucrânia pode ser “moralmente aceito sob certas condições”
Em entrevista no avião papal na viagem de volta do Cazaquistão, Francisco afirmou que envio de armas para a Ucrânia pode ser “moralmente aceito sob certas condições”| Foto: EFE/EPA/ALESSANDRO DI MEO

A bordo do avião papal, o papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (15) que, embora seja uma situação “que cheira mal”, é preciso dialogar com quem inicia uma guerra, ao responder se havia qualquer “linha vermelha” em relação ao diálogo com a Rússia durante a coletiva de imprensa a bordo do avião papal que o levou de volta a Roma depois de sua visita de três dias ao Cazaquistão.

Sentado em uma cadeira em frente aos jornalistas na parte de trás do avião devido a problemas no joelho, o papa defendeu que é preciso tentar sempre dialogar, mesmo que seja com “o país agressor”.

“É sempre difícil entender o diálogo com os Estados que iniciaram a guerra. É difícil, mas não temos que descartá-lo, temos que dar a todos a oportunidade de diálogo, porque sempre há a possibilidade de que as coisas possam ser mudadas”, disse Francisco, que evitou se referir especificamente à Rússia.

O pontífice argentino considerou que o diálogo é necessário porque com ele se obtém “outro ponto de vista”.

“Tem que ser feito, mesmo que seja algo que cheira mal, mas tem que ser feito porque, se não, fecharemos o único diálogo pela paz”, explicou.

Francisco, que fez mais de 80 ligações para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, foi criticado algumas vezes por não se referir à Rússia como um Estado agressor.

Por outro lado, o papa também se referiu na coletiva ao envio de armas para a Ucrânia pelos países como “uma decisão política”, mas ressaltou que “pode ​​ser moralmente aceito se for feito sob certas condições” enquanto “é imoral quando pode causar mais guerras ou é usado apenas para vender armas”.

Em seguida, opinou que “fazer armas é um negócio assassino” e disse que alguém lhe explicou certa vez que “se parassem de vender armas, a fome no mundo seria resolvida, ou a educação seria dada a todos”.

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