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| Foto: ALESSANDRO DI MEO/EFE

Com uma grande missa, durante a qual pediu aos jovens que façam do Evangelho o “navegador” de suas vidas e da oração o primeiro “chat” de cada dia, o papa Francisco encerrou neste domingo na Polônia a 31ª edição da Jornada Mundial da Juventude, cuja próxima edição será em 2019 no Panamá.

O Papa fez o anúncio na presença do presidente panamenho, Juan Carlos Varela, e os jovens receberam a notícia com entusiasmo.

“Anuncio com alegria que a próxima Jornada Mundial da Juventude (...) será em 2019 no Panamá”, disse o pontífice argentino, um comunicado que muitos latino-americanos esperavam.

“O povo do Panamá se sente orgulhoso do fato de o Santo Padre ter reconhecido nosso país, cujos valores de paz, diálogo e convivência são similares aos que a JMJ porta”, disse Varela em um comunicado.

O presidente centro-americano acompanhou 1.800 jovens panamenhos que viajaram a Cracóvia para participar do evento e que reuniu mais de dois milhões e meio de jovens para a missa de encerramento, segundo os organizadores.

“A JMJ é um poderoso chamado aos jovens para a construção de um mundo melhor”, disse. “Trata-se de um evento de múltiplas implicações para o país e por isso vamos apoiar a arquidiocese do Panamá no que considerar necessário”, explicou.

O Panamá tem 3,6 milhões de pessoas, a grande maioria católicas, embora com uma presença cada vez maior de evangélicos.

O Papa argentino acolheu a proposta do arcebispo do Panamá, José Domingo Ulloa, apoiado pelos bispos de toda a América Central, para realizar o evento mundial neste país.

A JMJ atrai em cada edição centenas de milhares de jovens de todas as partes do mundo que participam de várias atividades de reflexão, além de eventos culturais e artísticos, o que representa um verdadeiro desafio para este país tão pequeno.

“Primeiro quero agradecer a Deus. É como um milagre. Agradeço também ao Papa e ao presidente por tudo isso. Estamos super felizes. É uma bênção. Meu Deus, que felicidade!”, comentou à AFP a panamenha Ivana Urrutia, de 16 anos, entre os presentes na grande festa da juventude católica.

O Evangelho, um navegador; a oração, um chat

Aos jovens de todo o mundo que passaram a noite ao ar livre no imenso campo de Brzegi, nos arredores de Cracóvia, o papa convocou a converterem o Evangelho no “navegador” de suas vidas e a tornarem a oração seu primeiro “chat” do dia.

O Papa utilizou esta linguagem informática original na homilia de encerramento da JMJ, diante de dois milhões e meio de pessoas, um número que a polícia local não quis confirmar.

O Senhor “espera que, entre todos os contatos e os chats de cada dia, esteja em primeiro lugar o fio de ouro da oração”, disse. “Deseja que a sua Palavra fale a cada uma das tuas jornadas, que o seu Evangelho se torne teu e seja o teu ‘navegador’ nas estradas da vida”, acrescentou.

O Papa chegou ao imenso Campo da Misericórdia, a 12 quilômetros de Cracóvia, a bordo de um papamóvel branco, onde foi aplaudido por uma multidão entusiasmada de jovens de todas nacionalidades, acampados para compartilhar e meditar sob as estrelas sobre fraternidade e fé.

Francisco recomendou aos jovens que rejeitem a tristeza, “um vírus que infecta e bloqueia tudo, que fecha todas as portas, que impede de reiniciar a vida, de recomeçar”

“Sempre nos aguarda com esperança, mesmo quando nos fechamos nas nossas tristezas e dores, remoendo continuamente as injustiças recebidas e o passado. Mas, afeiçoar-nos à tristeza, não é digno da nossa estatura espiritual”, explicou.

Com o mesmo tom, pediu aos jovens que instalem “a conexão mais estável: a de um coração que vê e transmite o bem sem se cansar”, e que além disso é gratuita, acrescentou.

Na véspera, neste mesmo campo, o Papa convocou a multidão de jovens a não “vegetar” confortavelmente no sofá, em um novo e original apelo aos católicos para que construam um mundo mais justo.

Um discurso que continha muitas das diretrizes que transmite como chefe da igreja católica, direto e por vezes também espirituoso, com o qual o Papa argentino quis sacudir a consciência dos jovens e converter o “Woodstock católico” em um momento de reflexão.

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