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Bento 16: "que a religião e razão se reforçam mutuamente" | Alessandro Bianchi/Reuters
Bento 16: "que a religião e razão se reforçam mutuamente"| Foto: Alessandro Bianchi/Reuters

O papa Bento 16 conclamou na quinta-feira os cristãos e muçulmanos da África a rejeitaram a violência inter-religiosa. A viagem dele ao continente continua sendo marcada por críticas a declarações contra o uso de preservativos.

O pontífice iniciou seu terceiro dia de visita a Camarões reunindo-se com 22 líderes da comunidade muçulmana local, e em seguida celebrou missa campal para dezenas de milhares de pessoas num estádio da cidade.

Em seu pronunciamento aos muçulmanos na Nunciatura Apostólica, o papa disse que ambas as religiões deveriam "rejeitar todas as formas de violência e totalitarismo".

"Que a entusiástica cooperação entre muçulmanos, católicos e outros cristãos em Camarões seja um farol para outras nações africanas de enorme potencial de um compromisso inter-religioso com a paz, a justiça e o bem comum."

Confrontos entre grupos muçulmanos e cristãos, ocasionados por uma eleição contestada, mataram centenas de pessoas em novembro do ano passado na cidade nigeriana de Jos.

Em janeiro deste ano, as autoridades sudanesas expulsaram uma ONG norte-americana da região de Darfur depois que autoridades encontraram bíblias em árabe na sede do grupo, sugerindo atividade proselitista.

O papa tem feito reuniões com líderes muçulmanos para tentar recuperar as relações entre os dois credos, muito afetadas depois de um discurso do pontífice, em 2006, no qual ele parecia sugerir um caráter violento e irracional do Islã, o que provocou reações indignadas de muçulmanos de todo o mundo.

No pronunciamento de quinta-feira, o papa disse que "religião e razão se reforçam mutuamente".

POLÊMICA DOS PRESERVATIVOS

No terceiro dia da visita, a viagem pontifícia continua sendo ofuscada pela polêmica gerada no mundo todo por uma declaração de Bento 16, logo ao desembarcar, dizendo que o uso de preservativos "aumenta o problema" da Aids, doença endêmica na África subsaariana.

Um porta-voz do Vaticano defendeu a posição do papa, dizendo que ele estava meramente reiterando a doutrina de seus antecessores, segundo a qual a fidelidade dentro do casamento heterossexual e a abstinência são as melhores formas de evitar a Aids.

Mas vários governos, inclusive o da Alemanha - país natal do papa -, entraram na polêmica contrariando a posição do Vaticano, alguns deles com uma rara agressividade.

"Estou muito preocupado com o que aconteceu. Acho que isso é o contrário da tolerância e da compreensão, e lamento muito", disse na quarta-feira o chanceler francês, Bernard Kouchner.

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