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| Foto: Stringer/REUTERS

O Paquistão interditou sedes de uma entidade beneficente islâmica e prendeu vários filiados, nesta sexta-feira, cedendo à pressão internacional contra a militância depois dos atentados de novembro em Mumbai, na vizinha Índia.

As ações, ocorridas durante a noite, ocorreram depois de Islamabad anunciar que iria cumprir a decisão da ONU que coloca Hafiz Saeed, fundador do grupo militante Lashkar- e-Taiba, numa lista de pessoas e organizações vinculadas à Al Qaeda e ao Taliban, disseram autoridades.

Também na sexta-feira, o subsecretário norte-americano de Estado John Negroponte se reuniu com dirigentes políticos e militares do Paquistão, e em seguida embarcou para Nova Délhi. Washington se empenha em pressionar Islamabad a reprimir a militância, mas também tenta evitar uma escalada na tensão entre Índia e Paquistão, vizinhos nucleares que já travaram três guerras desde 1947.

EUA e Índia vinham cobrando uma ação mais dura do Paquistão desde que homens armados, supostamente ligados com grupos paquistaneses, mataram 179 pessoas, incluindo seis norte-americanos, em Mumbai, no mês passado.

Saeed, que fundou o Laskhar em 1990 e deixou o grupo oficialmente em 2001, dias antes da entidade ser proibida pelo governo, está sob prisão domiciliar, segundo um de seus porta-vozes.

Três seguidores também foram incluídos na lista da ONU e sofreram congelamento de bens e restrições de viagens. Mas um canal noticioso da TV paquistanesa disse que uma dessas pessoas já morreu, e outra está há três anos numa prisão saudita.

Uma fonte de inteligência disse à Reuters que Maulana Masood Azhar, dirigente do grupo Jaish-e-Mohammad, também foi preso. Junto com o Lashkar, o Jaish foi acusado de realizar o atentado de dezembro de 2001 contra o Parlamento indiano.

Um assessor de Azhar disse à Reuters: "Acho que (o governo) pode tê-lo prendido para aliviar a pressão, mas não sei exatamente o paradeiro do Maulana (título concedido a acadêmicos islâmicos)".

Em Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa, a polícia invadiu a sede da Jamaat-ud-Dawa, entidade beneficente considerada uma fachada do Lashkar.

"Por ordens do Ministério do Interior, lacramos sua sede principal e todos os seus bens, inclusive duas escolas e um seminário, e colocamos seu líder regional sob prisão domiciliar", disse Chaudhry Imtiaz, alto-funcionário do governo.

A polícia também invadiu escritórios da Jamaat-ud-Dawa em outros lugares do Paquistão, como Multan, Lahore, Karachi e Quetta, além de várias localidades da Caxemira. Um porta-voz da Jamaat disse que cem funcionários foram presos só na Província da Fronteira Noroeste.

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