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O Exército do Paquistão afirmou, neste domingo (27) ,que matou 54 supostos insurgentes que tentavam entrar no país pela fronteira com o Afeganistão nas últimas 48 horas, acusando-os de serem apoiados pela Índia, em meio à escalada de tensões entre as duas potências nucleares.
"Graças a uma intervenção precisa e habilidosa, todos os 54 insurgentes foram mortos", disse a assessoria de imprensa do Exército paquistanês, em comunicado.
"Essas ações da Fitna al Khwarij (FAK) - como Islamabad chama os talibãs paquistaneses desde o ano passado - em um momento em que a Índia está fazendo acusações infundadas contra o Paquistão, revelam claramente sob quais ordens o grupo atua", afirmou o Exército.
As tentativas de infiltração ocorreram nas duas últimas noites no distrito tribal do Waziristão do Norte, localizado na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país.
De acordo com a nota do Exército, "relatórios de inteligência indicam que esse grupo de insurgentes estava se infiltrando especificamente a mando de seus ‘comandantes estrangeiros’ para realizar atividades terroristas de alto nível no Paquistão".
O governo paquistanês começou a se referir ao Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), os talibãs paquistaneses, como Fitna al Khwarij (FAK) há um ano, em uma tentativa de mostrar que eles não são muçulmanos. "Khwarij" refere-se a militantes extremistas.
O TTP é uma das principais ameaças à segurança no país, especialmente em Khyber Pakhtunkhwa.
Tensão entre Paquistão e Índia
Essa operação ocorreu em um momento de crescente tensão diplomática entre a Índia e o Paquistão. O governo indiano acusa Islamabad de estar por trás do ataque terrorista de terça-feira na parte da Caxemira controlada pela Índia, no qual 25 indianos e um nepalês, em sua maioria turistas, foram mortos.
Islamabad nega qualquer envolvimento no ataque e pediu uma investigação neutra sobre o incidente. De acordo com o comunicado do Exército, as acusações da Índia têm a intenção de fortalecer a insurgência no Paquistão.
No contexto da escalada das tensões, os dois governos reduziram significativamente as relações bilaterais, ordenando a expulsão de diplomatas, a revogação mútua de vistos e o fechamento da fronteira terrestre comum.
Além disso, a Índia suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que até esta semana havia sobrevivido a guerras e outros confrontos entre os dois países.



