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Venezuelanos cruzam a ponte Simon Bolívar entre as cidades de San Antonio del Tachira, na Venezula, e Cucuta, na Colômbia | GEORGE CASTELLANOS/AFP
Venezuelanos cruzam a ponte Simon Bolívar entre as cidades de San Antonio del Tachira, na Venezula, e Cucuta, na Colômbia| Foto: GEORGE CASTELLANOS/AFP

O presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, disse que os venezuelanos sairam do país nos últimos anos porque é um modismo e não por causa da grave crise econômica e social. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma inflação de 1.000.000% para este ano e uma retração de 18% no PIB.

O dirigente chavista disse durante um encontro com a juventude do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV):

Adotaram uma moda terrível (..) parecia que dava status dizer ‘tenho um filho que foi para o Peru, meu irmão se foi para a Colômbia’, emigrar se converteu em uma moda.

Ele disse que os que emigraram foram vítimas de “um grande plano de desestabilização mental”, engendrado pela “direita”, um setor ao qual a ditadura venezuelana acusa de todos os males do país. O dirigente nega que haja uma “fuga de cérebros” do país. “Os melhores ficaram no país”, disse ele à agência de notícias EFE. 

Não é o quadro apontado por entidades como as Nações Unidas. Segundo a alta comissária da ONU para os direitos humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, na primeira semana de agosto, mais de 4 mil venezuelanos entraram por dia no Equador, 50 mil pessoas chegaram à Colômbia em um período de três semanas em julho e 800 pessoas no Brasil. 

Segundo o jornal El Nacional, a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, disse que algo está errado quando os cidadãos preferem ir a outro país para “pedir esmola para dar de comer a seus filhos”. 

Ela acusou Cabello, nesta segunda, durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de ser responsável por uma rede de narcotraficantes que levam droga do país sul-americano para a Europa. 

Denúncia de intervenção

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou nesta segunda-feira, na ONU a ameaça de uma intervenção militar em seu país, e alertou que a crise econômica está sendo "manipulada" e "promovida" para justificar um "golpe militar". 

No fim de semana, o jornal "The New York Times" revelou que funcionários da administração do presidente Donald Trump teriam se reunido em segredo com militares venezuelanos rebeldes sobre um golpe contra o líder Nicolás Maduro. O governo chavista considerou a situação "inaceitável e injustificável" e convocou para terça-feira uma manifestação "contra o imperialismo". 

Em seu discurso, o chanceler venezuelano insistiu que há um "interesse" da comunidade internacional em usar o tema de direitos humanos com o objetivo de intervir e "disseminar uma crise para promover uma intervenção multilateral". 

Arreaza se reuniu nesta segunda-feira com Bachelet, após anos de clima de tensão entre a entidade e o governo Maduro. Há pelo menos quatro anos Caracas impede a entrada de representantes de direitos humanos da ONU para monitorar a situação no país. O último encontro entre um alto representante da entidade para direitos humanos e um ministro de Maduro aconteceu em 2014. "Denunciamos essas medidas e pedimos, em nome do povo, o fim da agressão política, econômica, ameaça militar e agressão midiática", disse o chanceler.

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