
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ontem que os homens deveriam ficar longe dos frangos se quiserem manter seus cabelos e sua virilidade. Morales afirmou, durante uma conferência de meio ambiente, que os produtores de frango injetam hormônios femininos nas aves "e, por causa disso, os homens que os consomem têm problemas em ser homens".
Ele também sugeriu que comer frango por um longo período de tempo pode fazer com que os homens fiquem carecas.
A advertência de Morales pode estar vencida: os produtores de frango na Europa, Estados Unidos e em muitos outros países dizem que abandonaram o uso de hormônios em aves há várias décadas e a maioria dos países ocidentais proíbe completamente o uso.
Em janeiro, a presidente argentina Cristina Kirchner havia dito que "comer carne de porco melhora a atividade sexual" e que é mais "gratificante comer porco assado do que tomar Viagra". O presidente boliviano também atacou a Coca-Cola, dizendo que "é prejudicial... Imagine o que contém".
Morales acusou "o Ocidente", uma referência aos países industrializados como os Estados Unidos, que segundo ele "nos traz mais e mais veneno".
Há fortes rumores de que o ingrediente secreto da Coca-Cola contenha algo que o próprio Morales produziu como líder de um sindicato de cocaleiros. O ingrediente seria uma versão da planta de coca cujas substâncias psicoativas foram removidas.
Contra Copenhague
Evo Morales fez suas declarações na abertura de conferência mundial do clima, com 20 mil ativistas, para discutir propostas contra o aquecimento global e divulgar uma mensagem clara: "Ou morre o capitalismo, ou a Terra". "O capitalismo é sinônimo de inanição, o capitalismo é sinônimo de desigualdade, é sinônimo de destruição da mãe Terra", afirmou o presidente, na inauguração do evento no povoado de Tiquipaya, vizinho a Cochabamba, região central da Bolívia.
Em um campo de futebol diante de milhares de pessoas, o presidente disse que só os movimentos sociais do mundo, unidos a povos indígenas e intelectuais, "podem derrotar esse poder político e econômico (capitalismo), em defesa da mãe Terra".
Durante três dias, Tiquipaya se tornará o centro de uma conferência mundial de aborígenes e movimentos sociais de 129 países, celebrada para debater uma proposta para enfrentar as mudanças climáticas, que será apresentada na próxima Conferência Climática da ONU, agendada para o fim deste ano, no México. Morales assumiu, em dezembro passado, o compromisso de organizar uma reunião mundial da sociedade civil, após criticar, junto a colegas de Venezuela, Nicarágua e Cuba, as conclusões da Conferência do Clima de Copenhague.



