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Nesta foto de arquivo tirada em 31 de janeiro de 2018, um homem passa por cartazes representando a moeda da Venezuela, o Bolívar, no Banco Central da Venezuela (BCV) em Caracas | FEDERICO PARRAAFP
Nesta foto de arquivo tirada em 31 de janeiro de 2018, um homem passa por cartazes representando a moeda da Venezuela, o Bolívar, no Banco Central da Venezuela (BCV) em Caracas| Foto: FEDERICO PARRAAFP

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ampliou de três para cinco o número de zeros que serão cortados quando vigorar a nova família de notas do bolívar, agora prevista para 20 de agosto. O chamado bolívar soberano, que substituirá o bolívar forte, havia sido anunciado em março pelo líder e deveria ter começado a valer em 4 de junho, mas as cédulas que substituirão as atuais ainda não chegaram ao país. 

Pelas contas da Assembleia Nacional, ligada à oposição, a inflação no país entre março e junho foi de 1.339%, ou seja, uma alta de quase 13 vezes nos preços - o regime não divulga cifras econômicas oficiais desde 2015. 

Caso fossem trocados por moeda estrangeira nesta terça, 500 bolívares soberanos (50 milhões de bolívares fortes) valeriam R$ 52 no câmbio paralelo e R$ 1.283 na taxa dos leilões estatais de divisas estrangeiras. 

Considerando, porém, a inflação mensal desde o início deste ano, o valor deve cair ao menos pela metade. Maduro afirma que agora o bolívar soberano será indexado ao petro, moeda virtual lançada pelo regime em dezembro

 Segundo o mandatário, a mudança se baseou no que chamou de exame de prosperidade econômica. "A nova família vai ter uma nova forma de ancoragem para estabilizar e mudar a vida monetária e financeira radicalmente." 

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O ativo foi criado como uma forma de driblar as sanções dos EUA aos títulos da dívida pública e da petroleira estatal PDVSA, mas também foi incluído pela Casa Branca entre as punições para investidores no território americano. 

Dinheiro vivo sumiu

Na última segunda (23), o FMI (Fundo Monetário Internacional) estimou que inflação na Venezuela neste ano pode superar os 1.000.000%.  Na ocasião, o diretor para o Hemisfério Ocidental da organização, Alejandro Werner, comparou a situação com a da Alemanha na década de 1920, pós-Primeira Guerra Mundial, e do Zimbábue nos anos 2000. 

A maior cédula do país, a de 100 mil bolívares fortes, equivale hoje a R$ 0,10 pelo câmbio paralelo. A hiperinflação também fez sumir o dinheiro vivo, que em algumas regiões só é obtido com ágio, e criou uma variação dos preços dos produtos com cartão ou em espécie que pode superar 100%.

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