Paramédicos ingleses estão recebendo ordem de não reanimar pacientes que manifestarem desejo de morrer após sofrer um grave acidente, segundo o jornal "Daily Mail" desta sexta-feira (17). Segundo o Departamento de Saúde de Londres, para serem válidas, as decisões devem estar legalmente explicitadas.
Um formulário deve ser preenchido pelo paciente, pelo médico ou por uma terceira pessoa e as informações são registradas em um banco de dados. A cada pedido de socorro, a sala de controle encaminha informações às ambulâncias.
É a primeira vez que Serviço de Ambulância de Londres (LAS, na sigla em inglês) registra o desejo de morte de pessoas para o caso de terem sua qualidade de vida comprometida após um acidente. Para o LAS, novas leis que vem a reforçar os direitos dos pacientes defendem o dever de os paramédicos respeitarem os desejos dos pacientes.
David Withmore, consultor médico do LAS, que organizou o banco de dados, disse ao jornal "London Evening Standard" que a orientação ajuda a prevenir situações difíceis como quando um familiar da vítima pede que os paramédicos ressuscitem o paciente mesmo que seja contra a vontade dele.
"O ethos de um paramédico é salvar um paciente se ele puder. Mas também é respeitar os desejos do paciente e devemos agir de acordo com a lei", diz.
O médico Tony Calland, diretor da comissão de ética do Associação Médica Britânica alerta, no entanto, para o risco de que pessoas que façam a declaração hoje já tenham mudado de ideia quando se envolverem em um acidente daqui a 30 anos, por exemplo.
O Departamento de Saúde inglês informou que o órgão "suporta qualquer iniciativa para divulgar e educar a população sobre decisões de fim da vida. Inclusive para decisões avançadas".
