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Atualizado em 18/07/2006 às 20h08

Um menino de sete anos, nascido em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná, morreu nesta terça-feira na localidade de Tallousa, no sul do Líbano, vítima de ações das Forças de Defesa de Israel. A mãe e o irmão da menino estariam feridos, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores.

Bassel Termos, segundo o Consulado Brasileiro no Líbano, estava no país de férias, na casa de parentes. De acordo com o primo de segundo grau do menino, Mohamed Termos, o pai de Bassel chegou ao Líbano há uma semana, após deixar a China para onde tinha ido a trabalho. Com os bombardeios, ele não conseguiu se encontrar com a mulher e os filhos. Bassel é o quinto paranaense morto no conflito entre Israel e Líbano.

Outra paranaense, Suzana Pereira, tenta entrar em contato por telefone com a irmã Adriana que está no Líbano. Ela teve que fugir de Beirute e está refugiada com o marido e os três filhos em uma cidade do interior do país. Como mostra uma reportagem do ParanáTV, a angústia aumenta a cada tentativa frustrada. "É difícil, uma bomba caindo na cabeça, criança pequena. É simplesmente desesperador", disse emocionada em entrevista ao telejornal.

Um outro brasileiro, um comerciante chamado Rodrigo Aiman, teria sido morto depois de ser atingido por estilhaços de uma bomba na noite de segunda-feira. A informação, porém, não é confirmada pelo Itamaraty, segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.

No dia 13 deste mês, outras duas crianças nascidas em Foz e os pais, imigrantes libaneses que moravam na cidade, foram mortos depois de um bombardeio.

O Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, confirmou a morte do menino e reiterou sua condenação à represália militar desproporcional do governo de Israel.

Ao lamentar a morte do paranaense, o governo brasileiro renova seu apoio às iniciativas diplomáticas em curso e, em especial, à Missão de Alto Nível enviada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, com vistas à obtenção de um imediato cessar-fogo na região.

Cinco mortes

Cinco brasileiros já morreram no Líbano desde o início da operação militar israelense no país em busca de dois soldados seqüestrados pelo Hezbollah, há pouco mais de uma semana. Uma família inteira de brasileiros foi morta na última quinta-feira durante um ataque das forças de Israel no sul do Líbano. Akil Merhei, de 34 anos, sua mulher, Ahlam Jabir, de 27 anos, e os seus dois filhos, Ali Alhida Merhei, de 8 anos, e Fátima Alhida Merhei, de 4 anos, estavam de férias no país às margens do Mar Mediterrâneo e deveriam retornar ao Brasil no fim de julho.

Akil e Ahlam eram libaneses naturalizados brasileiros e viviam há mais de dez anos no país. As crianças nasceram em Foz do Iguaçu, no Brasil, onde a família residia. Akil era comerciante e professor de crianças e adolescentes.

-Cinco mísseis atingiram a casa da família Merhei, mostrando os destroços. Foi horrível vê-los mortos. Eles estavam visitando as famílias e nunca mais vão voltar - contou o amigo da família, Mohamed Mahoud Hijazi.- Eles ficaram sob os escombros por mais de sete horas. O menino foi retirado com vida, mas morreu a caminho do hospital - acrescentou Hijazi.

Comunidade preocupada

A comunidade libanesa no Brasil está preocupada. Cerca de 200 mil brasileiros vivem no Líbano. A maioria é formada por libaneses que viveram muito tempo no Brasil, naturalizaram-se e regressaram ao Oriente Médio, disse o cônsul-geral brasileiro em Beirute, Michael Gepp. Além disso, cerca de 200 famílias de libaneses ou descendentes residentes no Brasil estariam no Líbano a passeio, sem ter como voltar.

Para minimizar o problema, ogoverno brasileiro enviou um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira para a região. O avião deixou a Turquia na noite de segunda-feira e chegou no início da tarde desta terça-feira no Aeroporto dos Guararapes, em Recife. A bordo, mais de uma centena de brasileiros que fugiam dos confrontos no Líbano.

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