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Migração

Paranaense que vivia na Espanha é deportada

Depois de passar três meses com a família em Curitiba, Vilma Morini tentou retornar ao país, mas foi barrada no aeroporto de Madri

Vilma Morini foi impedida de entrar na Espanha | Arquivo pessoal
Vilma Morini foi impedida de entrar na Espanha (Foto: Arquivo pessoal)

Uma paranaense foi detida ontem como imigrante ilegal no aeroporto de Madri, na Espanha. Vilma Morini, de 55 anos, natural de Campo Mourão, engrossa o número de brasileiros que são barrados pela rigorosa polícia espanhola antes de entrar no país. Sua situação é diferente, pois ela tem um apartamento na cidade de Múrcia, no sul, onde morou nos últimos cinco anos.

De acordo com informa­­ções da embaixada da Espa­­nha no Brasil, Vilma foi detida por não portar o NIE (documento espanhol equivalente ao nosso Registro Nacional de Estrangeiros). Isso tornou a situação dela irregular.

"Na verdade, o problema­­ foi que o documento estava­­ vencido. E ela nem sabia que­­ vencia", contou o filho­­ da pa­­ranaense, Diogo Manoel Morini, que mora em Curi­­tiba. Segundo ele, a mãe passou três meses no Brasil visitando a família. Nesse período, o registro espanhol passou da validade e, na hora de retornar ao país, ela não conseguiu desembarcar do avião.

Antes de conseguir o NIE, Vilma viveu como imigrante ilegal na Espanha. Sua irmã, Vanda, contou à Gazeta do Povo que a situação foi regularizada depois que ela conseguiu um emprego e adquiriu o apartamento. "Ela tentou voltar para pagar os últimos impostos pela aquisição do imóvel."

Garantias

Para Alessandra Vinhas, assessora de imprensa do Mi­­nistério das Relações Exte­­rio­­res do Brasil – o Itamaraty –, o imóvel não é garantia de permanência para estrangeiros. "É preciso averiguar se ela tem o visto de residência. O que teria de comprovar era o visto legal e não se há um apartamento no nome dela", diz. Para a assessora, o importante nesses casos é ter a documentação atualizada, para não "dar chance ao azar".

"Tem que ir com tudo certo. Precisa ter os documentos de circulação em dia. Se vai a turismo, tem que ter o convite ou a reserva de hotel", orienta Alessandra. Segundo ela, nem adiantava a paranaense entrar em contato com a embaixada brasileira, pois a Espanha é soberana para decidir quem entra ou não no país.

A professora de direito internacional das Faculdades Rio Branco de São Paulo An­­gela Tsatlogiannis explica­­ que cada país tem poder discricionário de Estado – ou seja, pode agir como quiser – ao deportar estrangeiros. Isso não significa que possam tratá-los com desrespeito.

Vilma relatou à Gazeta do Povo na manhã de ontem que ficou trancada durante horas com outros imigrantes. Recolheram seus documentos, celular e o computador. "Se tivessem agido como desumanos seria mais complicado", explica Angela.

A paranaense pretende resolver a situação do apartamento por aqui e, quem sabe, até voltar para a Espanha. Algo que a professora de direito internacional considera complicado. "Uma vez que você é deportado por estar em uma situação irregular, você entra num registro de todos os países da União Europeia. Seu nome pode passar a dificultar sua circulação na Europa até como turista."

Colaborou Flávia Schiochet.

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