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Integrantes da Cruz Vermelha Nicaraguense embalam donativos para vítimas de furacão na Nicarágua, em novembro de 2020
Integrantes da Cruz Vermelha Nicaraguense embalam donativos para vítimas de furacão na Nicarágua, em novembro de 2020| Foto: EFE/Jorge Torres

A Assembleia Nacional da Nicarágua (parlamento do país) aprovou nesta quinta-feira (1º) uma lei que habilita a nova Cruz Vermelha da Nicarágua, ligada ao Ministério da Saúde, a utilizar o emblema e a bandeira da Cruz Vermelha Internacional.

A Lei Orgânica da Cruz Vermelha Nicaraguense, aprovada por unanimidade pelos 91 deputados, estabelece que a nova Cruz Vermelha Nicaraguense “poderá utilizar o emblema da Cruz Vermelha Internacional, sendo proibida a utilização destes emblemas por particulares”.

No dia 10 de maio, o parlamento nicaraguense, controlado pela ditadura de Daniel Ortega, fechou com caráter de urgência a Cruz Vermelha Nicaraguense, uma organização que funcionava desde 1931, e ordenou a transferência dos seus bens para o Estado.

Os deputados sandinistas e os seus aliados acusaram a Cruz Vermelha Nicaraguense de ter agido contra os seus princípios nas manifestações por democracia que eclodiram há cinco anos, que exigiam a renúncia de Ortega e foram reprimidas violentamente pela ditadura, deixando um saldo de centenas de mortos.

Também foi aprovada pelos deputados a criação de uma nova “Cruz Vermelha Nicaraguense como entidade autônoma, descentralizada, com pessoa jurídica, patrimônio próprio, duração indefinida e plena capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações, que será a sucessora legal e sem interrupção da Associação da Cruz Vermelha Nicaraguense”.

A lei estabelece que esta entidade descentralizada se absterá “de tomar parte em hostilidades e, em qualquer momento, em controvérsias de caráter político, racial, religioso e ideológico”.

A antiga Sociedade da Cruz Vermelha da Nicarágua era regida pelos princípios do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e dispunha de edifícios, propriedades e veículos nos diferentes municípios da Nicarágua, que passaram para as mãos do Estado.

A Nicarágua atravessa uma crise política e social desde abril de 2018, que se acentuou após as contestadas eleições gerais de 7 de novembro de 2021, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo com a sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com os seus principais concorrentes na prisão e com ausência de observadores internacionais imparciais.

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