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Ranil Wickremesinghe em campanha eleitoral, Colombo, Sri Lanka, 2020.
Ranil Wickremesinghe em campanha eleitoral, Colombo, Sri Lanka, 2020.| Foto: EFE/EPA/CHAMILA KARUNARATHNE

Ranil Wickremesinghe foi escolhido o novo presidente do Sri Lanka, depois de uma votação realizada nesta quarta-feira (20) no Parlamento. O ex-primeiro-ministro substitui, então, o antigo líder, Gotabaya Rajapaksa, que foi pressionado a renunciar e fugiu do país em plena onda de manifestações provocadas pela crise econômica.

O presidente do Parlamento, Mahinda Yapa Abeywardena, anunciou que Wickremesinghe conseguiu 134 votos dos 225 deputados chamados a decidir o futuro chefe de Estado de uma nação imersa numa profunda instabilidade política e financeira. Os manifestantes que pediram pela renúncia de Rajapaksa, no entanto, não concordam com a eleição de Wickermesinghe e prometem seguir com os protestos.

Dullas Alahapperuma, que também contava com o apoio de uma parte do Sri Lanka Podujana Peramuna (SLPP) e do líder opositor Sajith Premadasa, ficou com 82 votos, enquanto o candidato Anura Kumara Dissanayake, da coligação de esquerda NPP, apenas conseguiu três.

"O nosso país está numa crise econômica e temos que introduzir um novo programa", disse Wickremesinghe no Parlamento depois da divulgação dos resultados da votação.

O político, cinco vezes primeiro-ministro e que destacou os seus 45 anos no Parlamento, pediu a ambos candidatos e a outros políticos que trabalhem juntos para retirar o país da crise.

"O tempo para as nossas divisões acabou agora. Estou pronto para conversar com todos", disse o novo presidente do Sri Lanka.

O político vai comandar o país até 2024, completando assim o mandato do deposto Gotabaya Rajapaksa, aos comandos de um Governo que deverá retomar as conversas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um possível resgate financeiro.

O político acedeu inicialmente ao cargo de primeiro-ministro do Governo de Rajapaksa em substituição do irmão do ex-presidente, Mahinda Rajapaksa, que se viu obrigado a abandonar o cargo no passado 9 de maio quando os seus apoiantes atacaram manifestantes em Colombo.

Wickremesinghe contou na votação desta quarta-feira com o apoio de parte de uma fação do Sri Lanka Podujana Peramuna (SLPP), do deposto presidente, mas a candidatura enfureceu os manifestantes que pedem a sua demissão desde que assumiu como primeiro-ministro, e ameaçaram com protestos caso fosse eleito. O próprio novo presidente chegou a anunciar que renunciaria, junto com Rajapaksa, quando as manifestações se agravaram no começo do mês.

"O país inteiro não queria que Ranil fosse eleito, porque é uma pessoa que foi rejeitada. Não chegou ao Parlamento graças ao voto dos cingaleses, mas sim porque Gotabaya Rajapaksa lhe quis dar uma oportunidade", explicou à agência Efe Rifas Mohamed Farook, um dos manifestantes no parque Galle de Colombo, epicentro dos protestos.

"Agora a maioria (dos manifestantes) considera que temos que protestar mais até que ele vá embora" do poder, disse Farook.

O país sofre há vários meses com uma escassez de medicamentos, alimentos e combustível, provocada em parte pelo grande endividamento, erradas políticas governamentais, e o impacto dos atentados da Páscoa e da pandemia no turismo.

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