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Oriente Médio

Parlamento iraquiano encerra 1.ª sessão sem escolher premiê

Impasse político ameaça piorar a crise no Iraque; país enfrenta a ascensão de militantes sunitas e viu terminar o mês mais violento deste ano, com milhares de mortos

Militantes sunitas do Estado Islâmico desfilam pelas ruas de Raqqa, uma província síria, exibindo armamentos tomados do exército iraquiano | Reuters
Militantes sunitas do Estado Islâmico desfilam pelas ruas de Raqqa, uma província síria, exibindo armamentos tomados do exército iraquiano (Foto: Reuters)

O novo Parlamento iraquiano encerrou a sessão inaugural ontem sem fazer nenhum progresso na escolha do novo primeiro-ministro.

A crise política no Iraque se agrava a cada dia, com a militância sunita ameaçando tomar conta do país – ou ao menos parte dele – e com o aumento consequente da violência, que fez de junho o mês mais violento dos últimos dois anos.

O presidente interino do Parlamento, Mahdi al-Hafidh, cancelou os procedimentos depois que a maioria dos integrantes sunitas e curdos do Legislativo, composto por 328 cadeiras, não retornou após um breve intervalo, o que impediu a continuidade dos trabalhos por falta de quórum.

Toda a sessão, que incluiu a execução do hino nacional, a leitura do Alcorão e a posse de mais de 250 dos 328 membros do Parlamento, durou menos de duas horas.

O impasse prolonga o que já têm sido dias de disputa intensa, na medida em que os blocos políticos tentam decidir quem ocupará os cargos de primeiro-ministro, presidente do país e presidente do Parlamento.

O principal clérigo xiita do país, o grande aiatolá Ali al-Sistani, pediu aos parlamentares na semana passada que chegassem a um acordo sobre os próximos ocupantes dos três postos antes mesmo da reunião de ontem, na expectativa de evitar meses de discussões que podem desestabilizar ainda mais o país. Mas a sessão inaugural frustrou as expectativa de um acordo rápido.

Sob pressão

O premiê Nouri al-Maliki, cujo bloco político conquistou a maioria dos assentos no Parlamento nas eleições de abril, está sob pressão para deixar o cargo. Sunitas e curdos o acusam de não cumprir promessas.

As antigas queixas dos sunitas a respeito de como têm sido tratados pelo governo xiita são vistas como um dos principais fatores que impulsionam o ressurgimento da militância no país.

Maliki tenta um terceiro mandado de quatro anos, apesar das críticas por causa do fracasso em ampliar a base de seu governo, dominado por xiitas.

Perigo

A necessidade de um novo governo que possa manter o país unido é cada vez mais urgente, após a recente ofensiva liderada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), grupo já foi ligado à Al-Qaeda, que tomou a maior parte do norte e do oeste do país.

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