
O partido da esquerda radical Syriza, contrário às medidas de austeridade e o resgate financeiro da União Europeia (UE), lidera as pesquisas para as eleições parlamentares na Grécia, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem pelo instituto Public Issue.
O estudo mostra que o Syriza tem 30% dos votos, com vantagem de quatro pontos sobre o conservador Nova Democracia, pró-resgate. O socialista Pasok, que liderava a coalizão que governava o país até maio, tem 15,5%, seguido pelos Independentes, contrários ao acordo, com 8%.
Os outros partidos com direito a cadeiras no Parlamento citados foram Esquerda Democrática (6,5%), os comunistas (5%) e o neonazista Aurora Dourada (4%), todos contrários ao acordo com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), assinado em fevereiro.
Caso os resultados da pesquisa se confirmem nas eleições de 17 de junho, os partidos contrários às medidas de austeridade teriam 53,5% dos votos, o que garantiria maioria no Parlamento de 200 cadeiras.
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, manifestou-se diversas vezes após a eleição que não aceitaria o acordo para terminar com a crise financeira na Grécia, que inclui medidas de austeridade e cortes em salários de funcionários e áreas do bem-estar social, como a previdência e a educação.
Impasse
As eleições criariam um impasse entre os membros da União Europeia e o governo grego, o que poderia levar o país a sair da zona do euro e do bloco, podendo ter efeitos indeterminados no mercado financeiro.
Na quarta-feira, os países membros da União Europeia concordaram que a Grécia permaneça na zona do euro, mas advertiram que Atenas deve cumprir seus compromissos com a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), determinados após a concessão de um resgate financeiro em fevereiro. "Queremos a Grécia na zona do euro, mas deve respeitar seus compromissos. Apoiamos a Grécia, mas Atenas tem que cumprir o plano [de austeridade]", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Hernan Van Rompuy.
Os 27 membros declararam que a coalizão política a ser eleita em 17 de junho deverá continuar com as medidas de austeridade, pois consideram a única forma de garantir um futuro próspero para a zona do euro. Apesar do apoio, a UE revelou que possui um "plano de contingência" caso Atenas decida sair da moeda única.



