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Crise

Partido esquerdista contrário a plano europeu lidera as eleições na Grécia

Pesquisa mostra que maioria dos gregos apoia partidos que rejeitam medidas de austeridade

Alexis Tsipras (à esquerda), líder do partido radical Syriza, discursa para simpatizantes em Atenas. Chances de o país deixar o euro aumentam com resistência às medidas de austeridade | Louisa Gouliamaki/AFP
Alexis Tsipras (à esquerda), líder do partido radical Syriza, discursa para simpatizantes em Atenas. Chances de o país deixar o euro aumentam com resistência às medidas de austeridade (Foto: Louisa Gouliamaki/AFP)

O partido da esquerda radical Syriza, contrário às medidas de austeridade e o resgate financeiro da União Europeia (UE), lidera as pesquisas para as eleições parlamentares na Grécia, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem pelo instituto Public Issue.

O estudo mostra que o Syriza tem 30% dos votos, com vantagem de quatro pontos sobre o conservador Nova Democracia, pró-resgate. O socialista Pasok, que liderava a coalizão que governava o país até maio, tem 15,5%, seguido pelos Independentes, contrários ao acordo, com 8%.

Os outros partidos com­­ di­­reito a cadeiras no Par­­la­­mento citados fo­­ram Esquerda De­­mocrática (6,5%), os comunistas (5%) e o neonazista Aurora Dourada (4%), todos contrários ao acor­­do com a UE e o Fundo Mo­­netário In­­ter­­nacional (FMI), assinado em­­­­ fe­­vereiro.

Caso os resultados da pesquisa se confirmem nas eleições de 17 de junho, os partidos contrários às medidas de austeridade teriam 53,5% dos votos, o que garantiria maioria no Parlamento de 200 cadeiras.

O líder do Syriza, Alexis Tsipras, manifestou-se diversas vezes após a eleição que não aceitaria o acordo para terminar com a crise financeira na Grécia, que inclui medidas de austeridade e cortes em salários de funcionários e áreas do bem-estar social, como a previdência e a educação.

Impasse

As eleições criariam um impasse entre os membros da União Europeia e o governo grego, o que poderia levar o país a sair da zona do euro e do bloco, podendo ter efeitos indeterminados no mercado financeiro.

Na quarta-feira, os paí­­ses membros da União Europeia concordaram que a Grécia permaneça na zona do euro, mas advertiram que Atenas deve cumprir seus compro­­missos com a Comissão Eu­­ropeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), determi­­nados após a concessão de­­ um resgate financeiro em fevereiro. "Queremos a Grécia na­­­­ zona do euro, mas deve res­­peitar seus compromissos. Apoiamos a Grécia, mas Atenas tem que cumprir o plano [de aus­­­­teridade]", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Hernan Van Rompuy.

Os 27 membros declararam­­ que a coalizão política a ser eleita em 17 de junho deverá continuar com as medidas de austeridade, pois consideram a única forma de garantir um futuro próspero para­­ a zona do euro. Apesar do apoio, a UE revelou que possui um "plano­­ de contin­­gência" caso Atenas decida sair­­ da moe­­da única.

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