• Carregando...
Sede do Twitter em São Francisco, nos Estados Unidos
Sede do Twitter em São Francisco, nos Estados Unidos| Foto: Wikimedia Commons

O Comitê Nacional Republicano (CNR), órgão que comanda o Partido Republicano nos Estados Unidos, está solicitando que a Comissão Eleitoral Federal dos EUA reabra uma investigação sobre a censura promovida pelo Twitter às reportagens sobre o laptop de Hunter Biden, filho do presidente americano, que mostram a influência que ele teria exercido junto a empresas ucranianas quando o pai era vice-presidente, na gestão de Barack Obama.

Na última terça-feira (20), o conselheiro-chefe do CNR, Matthew Raymer, enviou uma carta à Comissão Eleitoral pressionando o órgão a reabrir uma investigação arquivada em agosto de 2021, que acusava a rede social de ter feito uma "contribuição política corporativa em espécie ilegal" à campanha de Biden, eleito presidente em 2020. A ação de agora é decorrente da divulgação dos chamados "Twitter Files", conjunto de informações vazadas propositadamente pelo Twitter, após a aquisição da empresa pelo bilionário Elon Musk, a jornalistas independentes dos EUA.

"Essas revelações (…) expõem como a administração sênior anterior tomou medidas ativas para suprimir o escândalo do laptop Hunter Biden e outras informações prejudiciais ao Partido Democrata e seu candidato", diz a carta de Raymer, divulgada em primeira-mão pela Fox News.

A ação do Comitê Republicano aconteceu em seguida à divulgação da sétima parte dos Twitter Files, feita pelo jornalista Michael Shellenberger no próprio Twitter, em que ele detalha, a partir dos arquivos da rede social, como o FBI pressionou a empresa a censurar a reportagem original sobre o laptop de Hunter Biden, feita pelo New York Post. De acordo com a investigação de Shellenberger, agentes do FBI teriam induzido executivos do Twitter a classificar a reportagem do NY Post como produto de um ataque hacker e de desinformação, mesmo tendo provas de que os dados contidos na reportagem eram verdadeiros.

"Apresentamos provas que apontam para um esforço organizado de representantes da comunidade de inteligência direcionado a executivos seniores de empresas de notícias e mídias sociais, para desacreditar informações vazadas sobre Hunter Biden antes e depois de serem publicadas", escreveu Shellenberger.

"Ao longo de 2020", escreveu o jornalista, "o FBI e outras agências de segurança incitaram Yoel Roth [ex-executivo-chefe de segurança do Twitter] repetidamente a rejeitar relatos sobre o laptop de Hunter Biden, como [produto de] uma operação russa de 'hack-and-leak' [invada e vaze]."

A afirmação é seguida de um print mostrando uma declaração juramentada de Roth em que ele afirma participar de reuniões regulares com o FBI desde 2018 e que, em uma dessas reuniões, os agentes de segurança o alertaram sobre possíveis operações de "hack-and-leak" perto das eleições presidenciais de 2020.

Entre as diversas novas relevações feitas por Schellenberger, está a de que o FBI teria pago milhões de dólares ao Twitter como compensação pelo tempo dispensado por seus executivos para fornecer as informações solicitadas pela agência. Em um dos e-mails obtidos pelo jornalista, um executivo do Twitter afirma que a empresa havia faturado mais de US$ 3,4 milhões, fruto de um "programa de reembolso" devido ao processo legal de resposta ao FBI. O fato foi amplificado pelo próprio Elon Musk em sua conta no Twitter: "O governo pagou ao Twitter milhões de dólares para censurar informações ao público".

Na página sobre sua política de segurança, o Twitter informa que a empresa pode solicitar reembolso de custos associados a informações produzidas para fins de processos legais, conforme a legislação americana prevê.

Os Twitter Files continuam sendo revelados regularmente por um grupo de jornalistas independentes. Na terça-feira, os vazamentos revelaram que a plataforma teria ajudado o Pentágono a fazer propaganda contra inimigos dos EUA.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]