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Partidos contrários à União Europeia e de extrema direita tiveram ganhos significativos nas eleições para o Parlamento Europeu em alguns países, segundo pesquisas de boca de urna e números oficiais. O resultado representa uma derrota às instituições de Bruxelas, aos governos nacionais e aos principais partidos políticos da Europa.

A derrota dos maiores partidos foi particularmente forte na França, no Reino Unido na Grécia e na Dinamarca, onde eurocéticos conquistaram a maior parte dos votos. Centristas no geral, os partidos pró-Europa ainda devem ter ampla maioria na nova legislatura, que toma decisões sobre as leis da UE com governos nacionais. No entanto, a oposição - agora mais forte - pode complicar a aprovação de medidas quando os maiores partidos estiverem divididos, inclusive em relação ao acordo de livre comércio com os EUA.

As primeira eleições europeias após anos de crise foram vistas como um sinal da falta de popularidade dos programas de resgate e austeridade que afetaram mais de 500 milhões de pessoas e algumas das maiores economias do mundo. O novo Parlamento terá que encontrar maneiras de impulsionar a economia do bloco e lidar com questões controversas, como a imigração.

Cerca de 43% dos eleitores foram às urnas - o mesmo comparecimento de 2009, segundo projeções iniciais do Parlamento.

No Reino Unido, o eurocético Partido da Independência do Reino Unido (Ukip) venceu a votação para o Parlamento Europeu, derrotando o partido do primeiro-ministro britânico, David Cameron, um ano antes das eleições gerais do país. Na França, as pesquisas de boca de urna indicam a vitória do partido de extrema direita Frente Nacional.

Na Grécia, o partido radical de esquerda e eurocético, Syriza, lidera o resultado, devendo conquistar cerca de 27% dos votos. Enquanto isso, o partido de extrema-direita do país, Aurora Dourada, teria recebido 9% dos votos, sugerindo que ele deve conquistar suas primeiras cadeiras no Parlamento Europeu.

Na Dinamarca, o Partido do Povo, de direita, deve alcançar a votação recorde de 26,7% e quatro cadeiras no Parlamento Europeu com mais de 90% dos votos contados.

Já na Itália, o Partido Democrático de centro-esquerda, liderado pelo jovem primeiro-ministro Matteo Renzi, parece ter vencido as eleições no país, segundo pesquisas de boca de urna, com até 33% dos votos. Se o resultado se confirmar, a votação será um grande sucesso para Renzi, que enfrentou seu primeiro teste eleitoral depois de ter chegado ao poder em fevereiro.

Descontentamento

A oposição dos eleitores às medidas de austeridade adotadas por diversos governos da UE ficou particularmente escancarada em Portugal e na Espanha.

O principal partido socialista de oposição em Portugal emergiu como o mais forte nas eleições para o Parlamento Europeu, com entre 32% e 36% dos votos, segundo uma pesquisa de boca de urna. O levantamento também mostrou que os partidos da coalizão de governo - o Partido Social Democrata de centro-direita e o Centro Democrático Social - terão entre 25% e 29% dos votos.

Na Espanha, o partido governista conquistou a maioria dos votos e derrotou seu principal adversário - o Partido Socialista - nas eleições, mas ambos perderam terreno para partidos menores. O cenário é a capitalização do descontentamento em relação à economia em dificuldades e aos escândalos de corrupção. Ambos os partidos, que dominaram o cenário político espanhol por mais de três décadas, apresentaram performance bem pior do que nas eleições europeias anteriores, em 2009.

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