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Eleições

Passado complica líder das pesquisas no México

Enrique Peña Nieto com eleitores na Cidade do México | Divulgação de campanha
Enrique Peña Nieto com eleitores na Cidade do México (Foto: Divulgação de campanha)

O candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) à Presidência do México, Enrique Peña Nieto, apesar de liderar as pesquisas com cerca de 40% de apoio, desperta forte reação negativa em muitos setores, em parte pelas denúncias sobre sua gestão como governador do estado do México entre 2005 e 2011, dizem especialistas.

Suposto descumprimento de promessas eleitorais, repressão violenta a uma manifestação e exoneração do seu antecessor envolvido em um caso de corrupção, são as principais críticas de rivais e detratores.

Peña Nieto, um advogado de 45 anos, concentra a sua campanha presidencial na mesma estratégia que funcionou há sete anos para ganhar o governo do estado do México, o mais populoso, com 15,1 milhões de habitantes (13,5% do total nacional). Em cada lugar que visita, assume um ou vários compromissos, geralmente relativos a projetos de infraestrutura de grande visibilidade.

Em abril, o Partido Ação Nacional (PAN) listou 123 compromissos que supostamente não foram cumpridos, de um total de 608 firmados em 2005.

O PAN e o PRI se envolveram recentemente em uma confusão para determinar se a construção de uma ponte em um município fazia parte das promessas, marcando até mesmo um debate, mas o assunto foi logo esquecido sem que o ex-governador fosse afetado nas pesquisas.

A vantagem do PRI sobre os seus rivais nunca foi inferior a 20 pontos durante as primeiras seis semanas de campanha, mas o dia 11 de maio foi um ponto decisivo. Naquele dia, durante um evento em uma universidade, estudantes questionaram a repressão ao protesto em San Salvador Atenco (nos arredores da Cidade do México), em maio de 2006, que matou duas pessoas e prendeu mais de 200, que relataram espancamentos e estupros de mais de 20 mulheres por policiais.

Peña Nieto justificou a operação como necessária para restaurar a ordem e afirmou que os culpados por abusos tinham sido punidos. No entanto, organizações de direitos Humanos denunciaram que nenhuma pessoa foi processada e, nas palavras do presidente da Anistia Internacional no México, Alberto Herrera, "Atenco se tornou um símbolo da impunidade".

"Ele deixou o assunto esfriar, mas agora ele reapareceu na arena pública", afirma Martha Nateras, cientista política da Universidade Autônoma do Estado do México. Nateras argumenta que durante o mandato do agora candidato presidencial, a pobreza aumentou e pouco se avançou em matéria de emprego e saúde. Apesar de tudo isso, o PRI venceu de novo a eleição para governador com 62% dos votos.

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