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Autoridades espanholas informaram nesta sexta-feira (4) que estão analisando individualmente os pedidos de asilo feitos por jogadores venezuelanos de beisebol que, após participarem de competições esportivas no país europeu, não retornaram para a Venezuela e se apresentaram voluntariamente à Polícia Nacional em Barcelona, na Catalunha, no dia 31 de março, solicitando proteção internacional.
O grupo, composto por 18 jovens jogadores — entre eles dois menores de idade — confirmou que viajou à Espanha com o objetivo de disputar competições esportivas que estavam ocorrendo no país, contudo, alegou que tomou a decisão de permanecer em território espanhol para tentar um “desenvolvimento de carreira”. Nenhum dos membros do grupo disse ter sofrido perseguição política, ameaças ou qualquer risco à integridade física por parte do regime chavista.
“Nós mesmos tomamos a decisão de ficar aqui para que a população da Espanha nos desse a oportunidade de poder desenvolver nosso potencial no esporte, que é o beisebol”, declarou Ever González, um dos atletas, em vídeo publicado nas redes sociais, acompanhado de outros três colegas. “Estamos muito agradecidos com o tratamento das organizações que estão nos atendendo e com a Polícia Nacional. Eles têm sido extremamente bons conosco, cuidando da gente em todo momento”, disse González.
O caso, no entanto, está gerando dúvidas no governo espanhol. Em coletiva de imprensa nesta sexta, o delegado da Polícia Nacional do governo na Catalunha, Carlos Prieto, afirmou que “há elementos um pouco duvidosos” nas declarações prestadas pelos jogadores nas entrevistas de asilo, e que o caso deles é “estranho”. Prieto reforçou que a situação dos atletas venezuelanos está sendo investigada, embora tenha evitado especificar quais pontos duvidosos chamaram a atenção das autoridades.
Prieto informou que 13 dos 18 jogadores que pediram asilo aceitaram recentemente o acolhimento oferecido pelo Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações do Governo Espanhol, que garante alimentação e hospedagem enquanto a solicitação de asilo é avaliada. Contudo, ele explicou que três atletas preferiram recusar o suporte do Estado e, por isso, permanecem por conta própria na Espanha. Os dois menores que integram o grupo já foram transferidos para a tutela da Direção Geral de Atenção à Infância e Adolescência da Generalitat da Catalunha, o governo local.
O episódio gerou até mesmo reações do regime chavista do ditador Nicolás Maduro, na Venezuela, que emitiu um comunicado na quarta-feira (2), sugerindo que pode haver “uma possível trama de tráfico de pessoas” por trás da viagem dos jogadores. A chancelaria da ditadura venezuelana solicitou à Espanha que evite “politizar” o episódio e afirmou, sem apresentar provas, que está conduzindo uma investigação para “esclarecer os fatos”.
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