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WASHINGTON - Com uma popularidade incrível, Francisco atraiu multidões a Washington, parada inicial de sua primeira visita aos Estados Unidos. Apesar do catolicismo não ser a principal religião do país, pessoas de diversos estados chegaram à capital para tentar vê-lo. Muitos vêm atrás de suas palavras de fé, mas outros aproveitam a estada para cobrar ações do Vaticano.

— Meu marido não acreditou quando disse que precisávamos vir a Washington. Viajamos mais de sete horas de carro. O Papa tem uma postura diferente, ideias mais abertas. Ele me ajudou no meu despertar tardio para a religião — afirmou Barbara Zimmerman, da Carolina do Norte.

Outros não são tão esperançosos. Barbara Dorris, diretora da Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres, veio de Saint Louis (a mais de 1.300 quilômetros de distância) apenas para protestar. Com 68 anos, foi vítima de violência por um padre quando tinha 6. Para ela, apesar de todo o discurso de amor de Francisco, ele pouco fez para enfrentar o problema.

— Não queremos mais grupos de estudo, queremos ações efetivas. E isso, infelizmente, não é um problema do passado. Há duas semanas fomos procurados por um pai de três garotos que estavam sendo abusados por padres — discursou na Catedral de São Mateus, local de visita do Papa.

Perto dali, uma associação de direitos humanos exibia cartazes pedindo maior reconhecimento da comunidade gay católica. Nos arredores, um grupo de franciscanos montou uma tenda para coletar assinaturas e pregar a favor de ações dos católicos em prol dos compromissos sobre mudanças climáticas. Latinos acreditavam que a presença do Papa argentino ajudará no debate pela reforma migratória que Obama defende.

— Ele fala nossa língua. Será fundamental para mostrar que temos voz, que somos importantes — disse a equatoriana Ana Rosero, em meio a um grupo de argentinos.

Francisco chegou diretamente de Cuba e foi recebido por Obama, Michelle e as duas filhas do casal, Malia e Sacha — algo pouco usual na diplomacia americana. Hoje, participará de ato na Casa Branca e desfilará pela capital. Amanhã, será o primeiro Papa a discursar no Congresso, antes de seguir para Nova York, quando falará na Assembleia Geral da ONU.

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