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Guerra comercial

Pequenas empresas dos EUA processam governo Trump por tarifas

Escritório de advocacia que representa cinco pequenas empresas dos EUA alegou que Trump não poderia ter decretado emergência econômica com base em déficits comerciais (Foto: EFE/EPA/CHRIS KLEPONIS/POOL)

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Um grupo de cinco pequenas empresas americanas ingressou com uma ação na Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira (14) para contestar as tarifas sobre importações estabelecidas pelo governo do presidente Donald Trump.

Em um comunicado, o Liberty Justice Center, escritório de advocacia sem fins lucrativos, alegou que houve irregularidades nas taxas anunciadas pelo republicano no chamado Dia da Libertação, em 2 de abril.

Trump impôs taxas sobre produtos importados de 184 países e territórios e da União Europeia (UE) que partiam de 10%, mas em alguns casos eram bem maiores, como de 34% para a China e 20% para produtos da UE.

Uma semana depois, anunciou a redução das tarifas para 10% para todos os países e territórios afetados durante 90 dias, exceto a China, que teve sua taxa aumentada.

No comunicado, o Liberty Justice Center alegou que Trump invocou irregularmente a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa, na sigla em inglês) para justificar as tarifas do Dia da Libertação e as aplicadas sobre México, Canadá e China.

“Segundo essa lei, o presidente só pode invocar poderes econômicos de emergência após declarar estado de emergência nacional em resposta a uma ‘ameaça incomum e extraordinária’ à segurança nacional, à política externa ou à economia americana, originada fora dos Estados Unidos”, argumentou o escritório de advocacia.

“A ação judicial argumenta que a justificativa do governo — um déficit comercial em bens — não constitui uma emergência nem uma ameaça incomum ou extraordinária”, explicou o Liberty Justice Center.

O escritório alegou ainda que a Ieepa não autoriza o presidente dos Estados Unidos a impor tarifas e, mesmo que o fizesse, isso representaria uma “delegação inconstitucional” do poder do Congresso de aplicar essas taxas.

“Ninguém deveria ter o poder de impor taxas com consequências econômicas globais tão vastas”, disse Jeffrey Schwab, conselheiro sênior do Liberty Justice Center, na nota.

As cinco empresas que assinaram a ação são pequenos empreendimentos que alegam terem sido afetados pelo tarifaço, como a VOS Selections, empresa de Nova York especializada na importação e distribuição de vinhos, destilados e saquês, e Genova Pipe, fabricante de tubos de ABS de Utah que usa resina ABS importada da Coreia do Sul e de Taiwan.

O governo Trump ainda não se pronunciou sobre a ação.

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