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Um guarda de fronteira da Coreia do Norte atirou e matou três cidadãos chineses e feriu um quarto, na fronteira entre os dois países na semana passada, informou o governo da China nesta terça-feira, após ter feito um protesto diplomático formal. O guarda norte-coreano atirou nos quatro moradores da cidade fronteiriça de Dandong na sexta-feira passada, aparentemente ao suspeitar que eles seriam contrabandistas atravessando a fronteira, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang.

"Na manhã de 4 de junho, alguns moradores de Dandong, na província de Liaoning, foram alvejados por um guarda de fronteira da República Democrática Popular da Coreia (DPRK, na sigla em inglês), sob a suspeita de estarem cruzando a fronteira para atividades comerciais ilícitas, o que deixou três mortos e um ferido", disse Qin em coletiva de imprensa, usando o nome oficial da Coreia do Norte para se referir ao país vizinho.

"A China dá grande importância a isso e imediatamente levantou um protesto formal à DPRK. Agora o incidente está sob investigação", ele disse.

Dandong é um grande entreposto comercial e encruzilhada ferroviária para mercadorias que vem e vão para a Coreia do Norte. Qin não deu qualquer informação a mais. Algumas reportagens foram publicadas na imprensa sul-coreana sobre o incidente, embora a Coreia do Norte não tenha feito qualquer menção aos fatos.

Os dois países são aliados próximos e a China raramente critica publicamente o seu vizinho. A China tem sido crucial para a sobrevivência da Coreia do Norte, fornecendo alimentos, combustível e investimentos ao empobrecido norte comunista. No mês passado, o retirado líder norte-coreano, Kim Jong Il, fez uma rara visita à China, viajando a Pequim em busca de mais auxílio. Em troca, ele concordou em voltar às negociações dos seis países, patrocinadas pela China, sobre o programa nuclear da Coreia do Norte, embora nenhuma data para o início das conversas tenha sido fixada.

Contudo, as tensões na Península Coreana têm permanecido altas desde o afundamento do navio de guerra Cheonan, da Coreia do Sul, no Mar Amarelo, episódio que ocorreu em março e deixou 46 marinheiros mortos.

Uma investigação internacional culpou a Coreia do Norte pelo afundamento, mas a China tem resistido às pressões para condenar o regime de Kim. Ao contrário, o governo chinês instou ambas as partes a mostrarem moderação.

Nesta terça-feira, Qin voltou a pedir às duas Coreias que pratiquem a moderação, após a Coreia do Sul ter feito seu protesto formal contra o Norte na semana passada no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"A China pede a todas as partes que tenham paciência e moderação, assim não haverá uma escalada nas tensões", ele disse "A China também apoia a paz e a estabilidade na Península. Nós sempre aderimos a essa posição".

A fronteira entre a Coreia do Norte e a China é uma região com intenso tráfego e atividade, com muitos norte-coreanos empobrecidos tentando atravessá-la para depois ir para a Coreia do Sul. No ano passado, 2.800 norte-coreanos conseguiram chegar à Coreia do Sul, acima dos 2.500 em 2007.

Mudanças na cúpula

O principal jornal da Coreia do Norte, Rodong Sinmun, publicou nesta terça-feira fotos e detalhes biográficos de funcionários graduados indicados ontem para cargos importantes, após uma rara sessão parlamentar. O cunhado do governante Kim Jong Il foi promovido a uma posição chave na liderança do país e um novo premiê, Choe Yong Rim, foi nomeado.

A primeira página do Rodong Sinmun trazia impressa uma grande foto da sessão de ontem, presidida por Kim e outros funcionários graduados. Acredita-se que Kim, atualmente bastante recluso, tenha sofrido um derrame cerebral há dois anos. O cunhado de Kim, Jang Song Thaek, foi indicado vice-dirigente da poderosa Comissão de Defesa Nacional. Kim é o dirigente. Jang é casado com a irmã mais nova de Kim.

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