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“Perdemos a batalha, não a guerra”, diz Evo Morales após derrota

Presidente da Bolívia, Evo Morales, teve primeiro revés nas urnas desde que chegou ao poder. em 2006 | AIZAR RALDES/AFP
Presidente da Bolívia, Evo Morales, teve primeiro revés nas urnas desde que chegou ao poder. em 2006 (Foto: AIZAR RALDES/AFP)

No poder desde 2006, o presidente boliviano, Evo Morales, reconheceu nesta quarta-feira (24) sua derrota no referendo de domingo, que rejeitou sua intenção de se candidatar a um quarto mandato consecutivo (2020-2025).

“Respeitamos os resultados, faz parte da democracia”, afirmou em uma coletiva de imprensa no Palácio Quemado, em La Paz, quando acrescentou que “perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra”.

“A luta continua”, disse ainda.

Com 99,49% das urnas apuradas, o “não” se impôs com 51,31% dos votos contra 48,69% do “sim”, afirmou a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Katia Uriona.

Essa foi a primeira derrota eleitoral do presidente em uma década no poder. Em 2009 Morales conseguiu aprovar uma nova constituição com 61.43% dos votos.

Após confirmação dos resultados nesta terça-feira (23), houve comemoração nas ruas de Santa Cruz, cidade a oeste do país onde a oposição ao governo é forte. La Paz também foi palco de comemorações.

O resultado também impede que o vice-presidente Álvaro García de concorrer novamente.

“Uma ampla faixa de eleitores que antes apoiava o governo se juntou à oposição tradicional de Evo, formada pelos ricos e pela classe média”, disse Jim Shultz, diretor executivo do Centro da Democracia na Bolívia, grupo que atua na área do direito.

“Essa mudança não representa uma guinada à direita”, mas sim uma reprovação da corrupção e a afirmação de que “20 anos é tempo demais para uma pessoa ser presidente”, ele acrescentou.

O vice-presidente acusou a oposição de estar “tentando fazer desaparecer os votos a favor de Morales vindos das áreas rurais”. García não apresentou nenhuma evidência.

Observadores da Organização dos Estados Americanos não reportaram evidências de fraude no referendo.

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