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Na noite de terça-feira (1º), ao ultrapassar a marca anterior de 24 horas e 18 minutos (do ex-senador Strom Thurmond, que perdurava desde 1957), o democrata Cory Booker estabeleceu o novo recorde de discurso mais longo da história do Senado dos Estados Unidos: 25 horas e quatro minutos.
Chamar a atenção com palavras e atitudes histriônicas não é uma novidade na carreira política do senador de 55 anos, que desde 2013 representa Nova Jersey na câmara alta do Parlamento americano.
Nascido em Washington e criado em Harrington Park, em Nova Jersey, Booker é primo distante da famosa drag queen RuPaul, parentesco que descobriram em um programa da emissora PBS, “Finding Your Roots”, em 2020.
Booker teve relacionamentos com mulheres, como a atriz Rosario Dawson, mas nunca se casou, o que gerou especulações de que seria homossexual.
Em um artigo escrito em 1992 no jornal dos alunos da Universidade de Stanford, onde estudou, Booker disse que na adolescência “odiava gays”, mas que abandonou essa postura quando conheceu um conselheiro homossexual no The Bridge, o grupo de aconselhamento entre estudantes da universidade californiana.
Muitos anos depois, disse que não negava rumores de seria gay porque queria “desafiar as pessoas sobre sua homofobia”.
Ele se formou em ciências políticas e fez mestrado em sociologia em Stanford, onde jogou futebol americano. Também estudou história na Queen’s College, em Oxford, na Inglaterra, e cursou direito em Yale.
Em 1998, se tornou vereador em Newark, e no ano seguinte fez greve de fome durante dez dias e morou numa tenda para chamar a atenção para os problemas da cidade, a mais populosa de Nova Jersey, e entre 2006 e 2013 foi prefeito do município.
Em abril de 2012, no seu segundo mandato na prefeitura, Booker salvou uma mulher de um incêndio na casa dela.
Como senador, Booker se tornou conhecido por dois episódios que macularam sua carreira política.
Em 2017, durante um julgamento em Nova Jersey por corrupção do senador conterrâneo Bob Menendez, ele deu um depoimento elogiando o colega.
“Ele não é um político; ele é alguém que, se der sua palavra, você pode confiar”, disse Booker. “Ele nunca me decepcionou.”
O julgamento foi anulado, mas no ano passado Menendez sentou no banco dos réus novamente e foi considerado culpado por um júri federal de Nova York de 16 acusações de corrupção. Ele foi sentenciado em janeiro deste ano a 11 anos de prisão.
Em 2018, durante a audiência de confirmação de um indicado do presidente Donald Trump à Suprema Corte dos Estados Unidos, Brett Kavanaugh, Booker disse que estava divulgando registros “confidenciais” que complicariam o juiz e declarou: “Este é o mais próximo que provavelmente chegarei na minha vida de um momento ‘Eu sou Spartacus’”, em referência a uma fala do filme de 1960.
Porém, segundo a CNN, a divulgação de tais registros já havia sido liberada na manhã da audiência, gerando críticas dos republicanos, que nesta terça-feira lembraram do episódio.
“Cory Booker está procurando outro momento ‘Eu sou Spartacus’, mas isso não funcionou para sua campanha presidencial fracassada [ele foi pré-candidato democrata à presidência em 2020, mas desistiu] e não funcionou para bloquear o indicado do presidente Trump para a Suprema Corte, Brett Kavanaugh”, disse o vice-secretário de imprensa da Casa Branca, Harrison Fields, segundo informações da agência Reuters.







