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Corrida presidencial

Pesquisa aponta 2.º turno nas eleições do Uruguai

Ex-guerrilheiro tupamaro José Mujica, candidato da esquerda, é favorito. Uruguaios irão às urnas domingo

José Mujica, 74 anos, em campanha: governista tem ampla vantagem | Miguel Rojo/AFP
José Mujica, 74 anos, em campanha: governista tem ampla vantagem (Foto: Miguel Rojo/AFP)

Montevidéu - A esquerda do Uruguai se afirma como a favorita para se manter no poder por mais cinco anos. Essa é avaliação de analistas políticos. No entanto, uma nova pesquisa de opinião divulgada on­­tem, a quatro dias das eleições ge­­rais no país, mostra que o candidato do partido da situação, Frente Ampla, o ex-guerrilheiro José Mujica, deve disputar o se­­gundo turno em novembro contra o ex-líder Luis Alberto Lacalle, do centro-direita Partido Nacio­­nal (PN).

A pesquisa de intenção de vo­­tos da empresa Grupo Radar dá à Frente Ampla 44,7% dos votos, contra 28,7% do PN e 13,9% do Partido Colorado, o que levaria ao segundo turno, já que ne­­nhum dos mais votados conseguiria alcançar a maioria absoluta.

No segundo turno, de acordo com a pesquisa, Mujica, de 74 anos, teria vantagem de seis pontos porcentuais sobre Lacalle, de 68 anos, no segundo turno, programado para 29 de novembro.

A Frente Ampla, que reúne socialistas, comunistas, democratas cristãos e ex-guerrilheiros, teve um pequeno crescimento com relação a pesquisas anteriores, enquanto o Partido Nacional continuou em franco retrocesso. O Partido Colorado, de centro-di­­reita e uma das correntes políticas históricas do país, também registrou um avanço, mas ainda distante de sua força tradicional.

As pesquisas mais recentes continuam mostrando a previsível tendência da votação para a esquerda com relação às eleições de 2004, quando o médico Tabaré Vázquez ganhou a Presidência no primeiro turno. Com a gestão do governo aprovada pela maioria dos uruguaios e a popularidade de Vázquez em níveis recordes, a Frente Ampla não conseguiu passar para Mujica todo esse apoio. Sua condição de ex-guerrilheiro, postura mais à esquerda e estilo casual que inclui explosões frequentes, o que provocou mal-estar dentro da própria coalizão, impediram essa transferência, de acordo com analistas.

Indecisos

Na última semana de campanha, Mujica e Lacalle, que vem de uma tradicional família de políticos, trataram de atrair os indecisos, mas os analistas acham difícil uma mudança drástica no cenário eleitoral. "O primeiro turno não está decidido, nenhum resultado é descartável", diz César Aguiar, da consultoria Equipos.

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