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Manifestantes aguardam discurso da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, em 23 de agosto de 2022.
Manifestantes aguardam discurso da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, em 23 de agosto de 2022.| Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

Cerca de 45% das mulheres consultadas na Argentina pela Iniciativa Spotlight disseram já ter sofrido algum tipo de violência doméstica, seja no último ano ou ao longo da vida, segundo os resultados divulgados na segunda-feira (29) pelo Ministério de Mulheres, Gêneros e Diversidade argentino.

"Isso significa que uma a cada duas mulheres no nosso país sofreu violência", ressaltou a ministra da Mulher, Gênero e Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta, ao apresentar nesta segunda-feira os resultados da primeira Pesquisa de Prevalência de Violência contra as Mulheres realizada na Argentina.

A pesquisa com 12.152 mulheres foi realizada em 12 províncias argentinas - na capital e outro grande conglomerado urbano em cada uma destas províncias - em 2021, no auge da pandemia de Covid-19, para medir quatro tipos de violência doméstica: física, psicológica, sexual e econômica, e patrimonial, tanto durante a vida como no último ano.

Spotlight é uma iniciativa global da ONU apoiada pela União Europeia (UE) que visa eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e meninas.

Desses 45% de mulheres que sofreram violência doméstica na Argentina, 42% foram psicológicas, 23% econômicas e patrimoniais, 23% físicas e 18% sexuais. Além disso, metade das mulheres entrevistadas que estão ou estiveram em uma relação sofreram algum tipo de violência. Em dois terços dos casos, dois ou mais tipos de violência são combinados.

Segundo o levantamento, 10,5% das mulheres foram vítimas de violência no último ano, 51% das mulheres desempregadas foram vítimas de violência doméstica e 46% das mulheres com filhos estão na lista.

O representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Claudio Tomasi, destacou duas figuras na apresentação que, na sua opinião, deveriam "estimular particularmente" o debate e a ação.

Um fato "muito convincente" é que uma a cada quatro mulheres que foram vítimas de violência recorreu a serviços, mecanismos ou instituições comunitárias, o que significa que três a cada quatro não recorreram.

O outro número é que uma a cada cinco (21%) mulheres vai à justiça para fazer uma denúncia formal, o que significa que quatro a cada cinco (77%) mulheres não fazem queixa.

"Estes números deveriam nos fazer refletir sobre a razão pela qual as mulheres que não utilizam os dispositivos e não vão à justiça são a maioria", declarou Tomasi.

De forma complementar, o estudo mediu a situação de abuso sexual cometido por homens e constatou que 17% sofreram alguma situação de abuso sexual. A maioria deles (74,4%) foram abusados antes dos 18 anos.

Além disso, uma a cada três mulheres forçadas a praticar atos sexuais mencionou um familiar como agressor: 24,2%, vizinhos, amigos ou conhecidos; 20,3%, estranhos; 12%, tios; 11,6%, outros parentes; 7,3%, pai ou padrasto.

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