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Ciência

Pesquisadores investem em 'bombardeio inteligente' do câncer

O uso combinado de "bombas inteligentes" tende a se tornar a frente mais eficaz de combate ao câncer num futuro próximo, relataram especialistas reunidos neste fim de semana na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. Uma série de drogas desenvolvidas nos últimos anos contra o câncer tem como alvo proteínas específicas do câncer, sem impor os efeitos colaterais destrutivos da quimioterapia às células saudáveis. Agora, os pesquisadores começam a investigar os efeitos de combinar essas bombas em poderosos coquetéis.

A nova estratégia foi um dos principais destaques da reunião, em que se abordaram também promessas de aumento da sobrevida de pacientes com tumores renais e de mama, entre outros.

Combinações poderosas

Os remédios com alvo específico são como bombas inteligentes que comprometem ou matam células do câncer, mantendo intactas as células saudáveis. Uma enorme variedade delas já vem sendo aplicada, mas a combinação mostra novas possibilidades.

Estudos preliminares evidenciaram que a combinação de Herceptin (Genentech) com Tykerb (GSK) pode ser útil para pacientes que não respondem apenas ao Herceptin. A constatação é de uma pesquisa da Universidade Vall d'Hebron, na Espanha.

- Todos os modelos químicos sugerem que as combinações serão superiores, apesar de ainda haver necessidade de dados para provar isso - disse José Beselga, chefe do serviço de oncologia da universidade.

Pesquisadores que obtiveram resultados promissores com a droga Sutent (Pfizer), com alguns pacientes com câncer de pulmão, anunciaram que vão testá-la em combinação com o Tarceva (OSI).

- A maioria de nós percebe que, exceto em casos muito raros, os tumores são estimulados por uma variedade de caminhos e, por isso, faz sentido que uma abordagem de alvos múltiplos seja a pareça mais sensata - disse Mark Socinski, professor da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nos EUA.

As primeiras terapias para alvos específicos miravam proteínas únicas, com funções que, se prejudicadas, comprometem o desempenho das células do câncer em aspectos fundamentais para a sobrevivência, como crescimento e multiplicação. Novas drogas contra alvos específicos já estão saindo dos laboratórios para mirar alvos múltiplos. O Sutente é um desses casos, bem como o Nexavar, (Bayer e Onyx). Já a substância panitumumab, que ainda aguarda aprovação, combina o Avastin, que compromete a nutrição das células do câncer, ao Erbitux, que ataca o crescimento dos tumores.

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