Um grupo seleto de brasileiros pode ter vantagens com o recrudescimento das leis de imigração da Europa. O projeto de "imigração seletiva", anunciado em novembro, pretende facilitar a entrada de pesquisadores científicos e suas famílias. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que esteve no Rio de Janeiro uma semana antes de entregar a Presidência da União Europeia ao tcheco Vaclav Klaus, na quinta-feira, disse que o continente está de braços abertos para estudantes e cientistas que possam "agregar qualidade" à região.
Em documento assinado pelo bloco europeu com o Brasil, na ocasião, ficou acordado que as partes farão tentativas de facilitar o intercâmbio entre os países, inclusive com a redução do custo das transferências monetárias.
Uma preocupação levantada por países emergentes é a de que a facilitação da imigração de cientistas contribua para a "fuga de cérebros" e atrase o desenvolvimento do país. O mesmo ocorreria em outros países latino-americanos ou africanos.
O conselheiro de Ciência e Tecnologia da União Europeia para o Brasil, Angel Landabaso, não concorda. "Não será prejudicial aos países emergentes. Os programas da União Europeia favorecem a mobilidade nos dois sentidos", diz. Ele acrescenta que o bloco vem trabalhando para facilitar a mobilidade do pesquisador e de sua família também no que diz respeito a direitos sociais e de propriedade intelectual e na validação de títulos. (HC)



