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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta terça-feira (16) que não reconhece o resultado das eleições presidenciais realizadas no Equador no último domingo (14), alegando que o pleito ocorreu sob “estado de sítio” e sob controle militar. Segundo Petro, relatórios que ele recebeu apontam irregularidades no processo que reelegeu o presidente equatoriano Daniel Noboa.
“Foi decretado estado de emergência em sete províncias. O Exército comandou a jornada eleitoral, as seções eleitorais durante as eleições e a contagem dos votos. Não há eleições livres sob estado de sítio. Não posso reconhecer as eleições no Equador”, escreveu o presidente colombiano em seu perfil na rede social X.
A declaração acontece dois dias após o segundo turno presidencial no Equador, em que Noboa venceu a candidata da esquerda, Luisa González, com 55,6% dos votos. Embora o resultado tenha sido reconhecido por observadores internacionais e por diversos países, Petro decidiu levantar dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral. “Foram enviados observadores da Colômbia para as eleições do Equador. Os relatórios que estou recebendo são preocupantes”, afirmou.
Mesmo com as críticas de Petro, a Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) destacou em seu relatório preliminar a “participação pacífica, determinada e contundente” da população equatoriana, que expressou de forma clara sua vontade nas urnas. No entanto, o mesmo documento apontou preocupação com o possível uso de recursos públicos para fins eleitorais durante a campanha.
Horas antes de publicar as críticas, Petro já havia defendido que as atas de votação fossem submetidas à verificação.
“Acho que o governo deve entregar as atas de cada mesa para serem verificadas”, disse ele. A manifestação ocorreu mesmo após a chanceler colombiana, Laura Sarabia, parabenizar publicamente Noboa por sua vitória.
“Parabenizamos o novo presidente da República do Equador, Daniel Noboa. O povo irmão do Equador pode sempre contar com a Colômbia para trabalharmos juntos por uma América Latina livre, soberana e pacífica”, escreveu ela também no X.
A relação entre Colômbia e Equador é historicamente marcada pela cooperação entre os países vizinhos, que compartilham uma fronteira de 586 quilômetros. Apesar das críticas ao processo eleitoral equatoriano, Petro afirmou que deseja manter boas relações com os vizinhos da “antiga Grã-Colômbia”.
Esta não é a primeira vez que o presidente colombiano contesta eleições em países da região. Em julho do ano passado, Petro também se recusou a reconhecer o resultado das eleições presidenciais fraudadas na Venezuela, contudo, enviou seu embaixador à posse ilegítima do ditador Nicolás Maduro, em janeiro deste ano.
