Vitória O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que não vai aceitar aumento unilateral no preço do gás importado da Bolívia, mas que vai negociar com a estatal boliviana de hidrocarbonetos YPFB, amanhã, dentro do contrato firmado em 1999. "A Petrobras está afirmando de forma clara que fará uma discussão num plano racional, técnico e econômico, com base no contrato", disse a jornalistas durante evento que marcou o início da produção do campo de Golfinho, no Espírito Santo.
"O presidente Jorge Alvorada (da YPFB) falou de 1, 2, 3, 4 dólares (de aumento), eu estou falando em zero...isso é um processo de de negociação normal", disse o executivo. Sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que se houver aumento a Petrobrás não repassará ao consumidor, Gabrielli disse que não pode comentar sobre repasse porque não prevê aumento. "Quem está falando em não fazer repasse? Estou dizendo que não vai ter aumento...vamos discutir e negociar, a regra do jogo é essa", afirmou.
"O presidente Jorge Alvorada coloca de forma clara que eles vão propor o aumento, nós vamos propor que não tenha aumento, vamos sentar e discutir como dois representantes de empresa", complementou. Sobre a visita à Venezuela hoje, Gabrielli informou que tem vários negócios a discutir com a estatal de petróleo e gás do país vizinho, PDVSA. "Estou indo para discutir um conjunto de negócios com a PDVSA", limitou-se a informar, ao ser questionado sobre a intenção do governo da Venezuela de criar um imposto de 33% sobre extração de petróleo para empresas estrangeiras que atuam no país.
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, estará amanhã também em La Paz, juntamente com Gabrielli, para iniciar as negociações com o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, sobre a exploração de gás natural naquele país. A expectativa dentro do Ministério de Minas e Energia é de que nessa reunião o governo boliviano apresente formalmente sua proposta de preço para o gás natural.
