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Fiscal da agência americana de segurança de transportes inspeciona seção da cauda do Boeing 777 acidentado em São Francisco | Reuters/NTSB/Divulgação
Fiscal da agência americana de segurança de transportes inspeciona seção da cauda do Boeing 777 acidentado em São Francisco| Foto: Reuters/NTSB/Divulgação

O piloto do Boeing-777 da Asiana Airlines que caiu no sábado (6) em São Francisco ainda estava "em treinamento para esse tipo de aparelho, mas mesmo assim tentou fazer o pouso sem supervisão, disse a companhia sul-coreana.

Lee Kang-kuk (conforme a grafia ocidentalizada que foi divulgada na segunda-feira, ligeiramente diferente da que vinha sendo usada) era o terceiro mais graduado entre quatro pilotos a bordo, e tinha apenas 43 horas de experiência no comando do Boeing-777, um avião de longo alcance, segundo a empresa.

A tripulação tentou abortar o descenso menos de dois segundos antes de o avião atingir um quebra-mar nos arredores do aeroporto, colidir com a pista e explodir.

Era a primeira vez que Lee tentava pousar um 777, embora ele já tivesse voado para São Francisco em 29 ocasiões anteriores com outros modelos de avião, segundo Choi Seung-youn, funcionário do ministério sul-coreano dos Transportes. Antes, o ministério disse que ele acumulava 9.793 horas de voo, sendo 43 no controle de aparelhos 777.

Duas adolescentes chinesas que participariam de um acampamento de férias nos EUA morreram no acidente, e mais de 180 pessoas ficaram feridas. Esse foi o primeiro acidente fatal com um 777 desde o início das suas operações, em 1995.

Não ficou claro se o comandante do avião, Lee Jung-min, com 3.220 horas de voo com o Boeing 777, tentou assumir o controle na hora em que o pouso foi abortado.

Yoon Young-doo, presidente e executivo-chefe da Asiana, disse em entrevista coletiva na segunda-feira em Seul que o treinamento que Lee Kang-kuk fazia é "comum no setor aéreo global", e que "todas as responsabilidades recaem sobre o capitão instrutor".

Dados das caixas-pretas indicam que não havia sinais de problemas no voo até sete segundos antes do acidente, quando a tripulação tentou acelerar o avião, segundo Deborah Hersman, presidente da Comissão Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA.

Um alerta de "stall" (perda de sustentação aerodinâmica) foi ativado quatro segundos antes do impacto, fazendo os controles da cabine tremerem. A tripulação tentou então arremeter (retomar a altitude) 1,5 segundo antes da colisão, segundo Hersman.

Segundo ela, o avião estava no momento a 137 nós (254 quilômetros por hora), o que era bem aquém do necessário para essa manobra. Ela acrescentou que os motores aparentemente reagiram normalmente à tentativa de arremetida.

Numa dramática reviravolta, os bombeiros de São Francisco disseram que uma das chinesas mortas pode ter sido atropelada pelos veículos de resgate após o acidente. "Uma das falecidas tinha lesões consistentes com as de atropelamento por um veículo", disse uma porta-voz.

Mais de 30 pessoas permaneciam hospitalizadas na noite de domingo, sendo oito em estado grave, incluindo duas com paralisia em decorrência de lesões na coluna, segundo fontes hospitalares.

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