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TrES-4

Planeta gigante descoberto fora do Sistema Solar 'não deveria existir'

Com massa 70% superior à de Júpiter e com densidade de uma rolha de cortiça, TrES-4 não pode ser explicado pelos atuais modelos científicos, dizem astrônomos americanos

A garota inglesa Madeleine, cujo desaparecimento ainda é polêmico | AFP
A garota inglesa Madeleine, cujo desaparecimento ainda é polêmico (Foto: AFP)

A recente descoberta de um planeta quase duas vezes maior que Júpiter e com densidade semelhante à de uma rolha de cortiça tem tirado o sono dos astrônomos do Observatório Lowell, no Arizona, Estados Unidos. Localizado fora do Sistema Solar, o TrES-4 é tão grande que é difícil explicar seu tamanho usando os atuais modelos científicos para planetas gigantes superaquecidos. Segundo os pesquisadores, o planeta é tão estranho que, na teoria, não deveria sequer existir. Os detalhes da pesquisa serão publicados na revista especializada "Astrophysical Journal".

- Apesar de o TrES-4 ser o maior exoplaneta já descoberto, sua densidade é de apenas 0,2 gramas por centímetro cúbico - disse um dos autores da pesquisa, Georgi Mandushev.

O novo exoplaneta (como são definidos os planetas que não fazem parte de nosso Sistema Solar) foi descoberto por uma equipe que trabalha no projeto de pesquisa Transatlantic Exoplanet Survey (TrES). Localizado na constelação de Hércules, o corpo celeste orbita a estrela GSC02620-00648, que está a cerca de 1.435 anos-luz da Terra. Estando a apenas 7 milhões de quilômetros de sua estrela, o planeta também é muito quente, com temperatura média de cerca de 1,3 mil ºC.

- Além disso, devido à baixa força gravitacional exercida pelo TrES-4 em sua atmosfera superior, parte da atmosfera provavelmente escapa, deixando um rastro parecido com o de um cometa - disse Georgi Mandushev.

- Continuamos sendo surpreendidos por como relativamente grandes estes planetas gigantes podem ser - disse Francis O'Donovan, um estudante graduado em astronomia no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) que opera um dos telescópios do TrES. - Mas se pudermos explicar os tamanhos destes planetas inchados em seus ambientes hostis, isso poderá nos ajudar a entender melhor os planetas do nosso Sistema Solar e sua formação - acrescentou.

Por definição um planeta transitório passa diretamente entre a Terra e sua estrela, bloqueando parte da luz da estrela e gerando uma pequena diminuição em seu brilho.

- O TrES-4 bloqueia cerca de 1% da luz da estrela quando passa em frente a ela - disse Mandushev. - Com nossos telescópios e técnicas de observação, podemos medir esta pequena gota no brilho da estrela e deduzir a presença de um planeta ali - acrescentou.

O planeta TrES-4 faz uma revolução completa em volta de sua estrela-mãe a cada 3,55 dias, então um ano deste planeta é mais curto que uma semana na Terra.

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