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Membros dos serviços de emergência, em roupas de proteção contra risco biológico, averiguam o local onde o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram encontrados, em 4 de março, em Salisbury, Inglaterra | BEN STANSALLAFP
Membros dos serviços de emergência, em roupas de proteção contra risco biológico, averiguam o local onde o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram encontrados, em 4 de março, em Salisbury, Inglaterra| Foto: BEN STANSALLAFP

As agências de segurança britânicas avançaram na investigação dos envenenamentos por novichok, substância tóxica desenvolvida pela União Soviética entre os anos 1970 e 1990, e estão mais perto de provar a conexão da Rússia com os casos, de acordo com fontes citadas pela imprensa internacional.

A Press Association, uma agência de notícias britânica, informou que  as autoridades reduziram o número de suspeitos para duas a seis pessoas, inclusive uma mulher, que aparecem em imagens de um circuito interno de televisão. A fonte citada pela agência de notícias também alega que as forças de segurança fizeram progresso ao cruzar as informações com os registros de pessoas que entraram no país antes do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, em março. 

Segundo a CNN, a polícia identificou também dois suspeitos de terem saído do Reino Unido, em voo comercial em direção à Rússia, logo após o ataque. A partida deles foi revelada em uma mensagem russa codificada enviada a Moscou e que foi interceptada por uma base militar britânica no Chipre, disse uma fonte à rede americana.

Os suspeitos foram identificados pela polícia britânica, que vasculhou, durante meses, imagens de câmaras de segurança de aeroportos do Reino Unido e de Salisbury, a cidade onde os Skripals foram envenenados em 4 de março.

Usando tecnologia de reconhecimento facial, as autoridades britânicas chegaram a duas pessoas que não se sabia que eram espiões ou que tenham participado de outras operações, disse a fonte à CNN. Os investigadores cruzaram estas informações com a lista de passageiros do voo no qual se supõe que os suspeitos teriam embarcado para sair do Reino Unido. Eles viajaram com nomes falsos, disse a fonte. Não está claro se eles são russos.

Outras vítimas

Poucos meses depois do ataque a Skripal, Charlie Rowley e Dawn Sturgess foram envenenados com o mesmo agente neurotóxico, em uma cidade próxima a Salisbury, onde o primeiro caso foi registrado. A perícia identificou que o casal foi exposto a uma quantidade de novichok dez vezes maior do que os Skripal.

Segundo uma fonte ouvida pelo jornal britânico The Guardian, a polícia trabalha com a hipótese de que a substância estava em um frasco de perfume encontrado por eles em um parque ou outro lugar do centro de Salisbury e que Sturgess teria borrifado a substância em sua pele.

 Sturgess não resistiu aos efeitos do agente neurotóxico e morreu poucos dias depois. Rowley continua internado no hospital em estado gravíssimo. Nesta quinta-feira (19) um inquérito foi aberto para investigar o homicídio. 

A Polícia Metropolitana de Londres se recusou a comentar as alegações da imprensa e o embaixador da Rússia no Reino Unido, Alexander Yakovenko, salientou que várias versões para os casos têm aparecido na mídia, mas que nenhuma delas foi confirmada por fontes oficiais. “Não temos um posicionamento do lado britânico”, disse o diplomata à BBC.

O que é o novichok

Segundo William Atchinson, professor de farmacologia e toxicologia da Michigan State University, o novichok refere-se a um grupo de moléculas desenvolvidas com o propósito de matar. O agente mata ao interromper a comunicação entre os nervos e os músculos ou os nervos no cérebro. Funciona em minutos ao paralisar os músculos responsáveis pela respiração e deter o coração. Convulsões também ocorrem.

Em alguns casos, se a dose é insuficiente, a morte pode demorar ou inclusive ser evitada. Mas a vítima continua sofrendo de convulsões, debilidade neuromuscular e insuficiência hepática, entre outros danos,

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