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O chefe de polícia do Irã disse nesta quarta-feira (1º) que 1.032 pessoas foram detidas durante as manifestações de rua em Teerã após a contestada eleição presidencial do mês passado, mas a maioria já foi solta.

"Aqueles que ainda estão detidos foram encaminhados às cortes pública e revolucionária em Teerã", informou Ismail Ahmadi-Moghaddam em uma coletiva de imprensa, segundo a agência de notícias semioficial Fars News, sugerindo que estas pessoas ainda presas enfrentarão ações legais.

Ele também disse que 20 "desordeiros" morreram durante a violência pós-eleitoral, informaram a Fars e outras agências de notícias, em linha com o número divulgado anteriormente pela mídia estatal. Nenhum policial morreu, mas mais de 500 ficaram feridos, disse ele.

A Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã, com sede nos Estados Unidos, disse na terça-feira (30) que relatórios de dentro do Irã indicavam que até 2.000 pessoas, incluindo líderes da oposição, professores universitários, jornalistas, estudantes e manifestantes podem estar detidos por todo o país.

Ahmadi-Moghaddam disse que o Irã pediu à Interpol para autorizar uma ordem de prisão para Arash Hejazi, médico que fugiu para Londres após ser identificado como testemunha da morte da jovem Neda Agha-Soltan, que se tornou um ícone dos protestos contra a contestada reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Hejazi disse ao jornal britânico Times na semana passada que ela foi assassinada pela milícia pró-governamental.

O governo nega a responsabilidade e Ahmadinejad disse esta semana que a morte de Neda era "suspeita", acusando a mídia estrangeira de ter usado este caso com motivo de propaganda política.

"Seu assassinato foi um episódio planejado e não possui relação com os conflitos em Teerã", disse Ahmadi-Moghaddam, acrescentando que Hejazi criou uma "confusão" sobre o assassinato de Neda. O vídeo de sua morte foi assistido por milhares de pessoas na Internet.

As autoridades culpam o candidato derrotado Mirhossein Mousavi pelos conflitos pós-eleição. Ele diz que o governo é que possui responsabilidade.

Ahmadi-Moghaddam disse que o número de roubos em Teerã mais do que duplicou durante os tumultos.

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