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A polícia da Grã-Bretanha lançou uma megaoperação nesta sexta-feira em Notting Hill, um bairro de classe alta no Oeste de Londres e em outros pontos da cidade, em busca dos suspeitos de envolvimento direto nos atentados frustrados de 21 de julho passado na capital britânica. De acordo com a imprensa britânica, os policiais teriam capturado dois dos três homens procurados pelos atentados e cujas fotos foram divulgadas recentemente. Essas prisões ainda não foram confirmadas oficialmente pela polícia britânica.

O quarto suspeito participar dos ataques do dia 21 de julho em Londres também foi preso nesta sexta-feira em Roma. O ministro do Interior da Itália, Giuseppe Pisanu, anunciou a prisão do somali naturalizado britânico Osman Hussain. Suspeita-se que Hussain tenha tentado explodir uma bomba na estação de Shepherd's Bush, na semana passada.

Em entrevista à agência Reuters, uma fonte ligada à polícia disse que a corporação britânica acredita ter prendido os quatro homens suspeitos de serem os responsáveis pelos atentados frustrados ocorridos em Londres no dia 21 de julho.

- A minha impressão é que temos todas as quatro pessoas que estavam sendo procuradas - disse a fonte à Reuters.

De acordo com a rede ITV, entre os terroristas capturados nesta sexta-feira estaria Muktar Said Ibrahim ou Muktar Mohammed-Said,que teria colocado a bomba no ônibus número 26, que explodiu sem deixar feridos, em Hackney, no leste de Londres.

O jovem de 27 anos, nascido na Eritréia, chegou à Grã-Bretanha em 1990 e em novembro de 2003 solicitou a nacionalidade britânica, concedida em setembro do ano passado.

O outro suspeito preso, ainda não identificado, seria o homem que aparece nas imagens divulgadas pela polícia usando uma casaco escuro no qual está escrito em branco "New York". Esse suspeito teria tentado atacar a estação de Oval Street no último dia 21 de julho.

Na segunda-feira, a polícia prendeu em Birmingham, no norte da Inglaterra, o somali Yasin Hassan Omar, de 24 anos. O jovem, procedente da Somália, foi identificado como o suspeito de tentar explodir uma bomba no trem entre as estações de metrô de Warren Street e Oxford Street. Omar chegou à Grã-Bretanha em 1992 e recebeu visto de residência no país em maio de 2000.

A Polícia Metropolitana de Londres confirmou que havia feito prisões nesta sexta-feira, mas não informou quando nem se alguns dos suspeitos teriam sido presos.

- Eu posso confirmar que houve prisões - disse uma porta-voz da polícia.

OPERAÇÃO EM NOTTING HILL - A rede CNN informou que, ao contrário de operações anteriores, a polícia pediu que imprensa não divulgasse todas as informações passadas aos jornalistas e aguardassem autorização para exibir imagens do local da ação antiterror.

Policiais estavam envolvidos num impasse dramático com o suspeito cercado num apartamento em Londres. A informação de que a polícia teria invadido o apartamento de um suspeito nesta sexta-feira foi divulgada depois de o cerco ao apartamento.

- Tire a roupa. Saia do prédio", gritavam os policiais. "Cinco homens armados com pistolas e escudos estão entrando. Eles estão dizendo para todo mundo ir para dentro agora", disse por telefone à emissora Sky News a testemunha que se identificou como Lisa Davis.

- Eles estão perguntando para ele (o suspeito): Qual é o problema? Por que não sai? -

Pela ligação de Davis, o publico pôde ouvir a polícia gritando para que o suspeito saísse e garantindo a ele que estaria seguro caso se rendesse. Os policiais chamavam o suspeito de "Mohammed".

Citando fontes policiais, a Sky TV disse que o alvo da operação era pelo menos um dos três suspeitos do dia 21.

O morador Martin Pendergast confirmou, por telefone, que a área foi isolada e disse ter ouvido um tipo de explosão. "Parecia como um rojão misturado com um tiro", afirmou. Outra testemunha disse ter ouvido até seis explosões e recebeu da polícia a explicação de que foram causadas por granadas de efeito moral.

Com roupas e máscaras especiais contra gases, especialistas se preparavam para entrar no condomínio, que fica no bairro de Ladbroke Grove.

Dois dias depois das frustradas explosões de 21 de julho, a polícia disse ter encontrado o que parecia ser uma quinta bomba abandonada em arbustos do bairro de Wormwood Scrubs, também na zona oeste, a poucas centenas de metros do local do cerco desta sexta-feira.

A polícia britânica está sendo pressionada a agir com cautela desde que matou com vários tiros na sexta-feira passada, em pleno metrô, o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, que havia sido confundido com um homem-bomba. A polícia está analisando 15 mil fitas de circuito fechado de TV, já ouviu 1.800 depoimentos e recebeu 5.000 ligações na sua linha especial contra o terrorismo.

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