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Polônia
O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, pediu “calma aos poloneses em meio a essa tragédia”.| Foto: RADEK PIETRUSZKA/EFE

O governo da Polônia culpou um "míssil de fabricação russa" pela explosão causada nesta terça-feira (15) no leste do país, perto da fronteira com a Ucrânia, que matou duas pessoas, e convocou o embaixador da Rússia em Varsóvia. É a primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia que um míssil atinge um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O artefato foi lançado contra uma fazenda de grãos na cidade de Przewodów.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores polonês explicou que a convocação do diplomata visa obter "explicações detalhadas e imediatas" ao confirmar que "um míssil de fabricação russa caiu no distrito de Lublin, resultando na morte de dois cidadãos poloneses".

A declaração do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores veio após uma reunião do Conselho de Segurança do governo polonês realizada em Varsóvia, após a qual foi anunciado que as forças armadas foram colocadas em alerta.

A confirmação da procedência russa do ataque pode desencadear uma escalada perigosa da guerra na Europa. Embaixadores da Otan se reunirão em Bruxelas nesta quarta-feira (16) para discutir a situação.

O ataque em solo polonês ocorreu no mesmo dia em que a Rússia lançou cerca de 100 mísseis contra a Ucrânia, a maioria deles contra infraestruturas de energia e outros alvos civis, segundo o comando militar ucraniano. A capital Kiev e as cidades de Lviv, Shebekino e Kharkiv foram as mais atingidas.

Polônia anuncia reforço do espaço aéreo "junto com os aliados"

O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, anunciou um reforço no controle do espaço aéreo do país "de maneira melhorada junto com os aliados" e um aumento da preparação das Forças Armadas para o combate.

Morawiecki também pediu para que "todos os poloneses mantenham a calma em meio a esta tragédia", em referência à explosão de um míssil "de fabricação russa" em território polonês. "Não nos deixemos manipular, vamos nos guiar pela moderação e prudência", disse após uma reunião de emergência do governo.

Em entrevista coletiva em Varsóvia realizada após uma reunião extraordinária do conselho de ministros, Morawiecki disse que "especialistas" estão trabalhando no local para coletar informações sobre a explosão de mísseis em Przewodow, localizada a poucos quilômetros da fronteira ucraniana.

"Estamos trabalhando para determinar as causas e tudo o que aconteceu: os nossos aliados de outros países também estão trabalhando conosco no local da tragédia", explicou.

O premiê indicou que será aumentado o nível de alerta de "unidades selecionadas das Forças Armadas, com especial ênfase no controle do espaço aéreo, que será realizado de uma forma melhorada juntamente com os aliados".

Além disso, confirmou que o governo estuda invocar o Artigo 4 da Otan, que estipula que os Aliados "se consultarão mutuamente quando, na opinião de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das Partes estiver ameaçada".

O primeiro-ministro pediu calma aos compatriotas e advertiu contra a proliferação de notícias falsas, provocações e desinformação "que apenas beneficiam a Rússia". "Uma situação de caos pode ser criada. Temos de contrariar com unidade, neste momento mais do que nunca", enfatizou.

O primeiro-ministro acrescentou que nas últimas horas esteve em contato com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e com o presidente francês, Emmanuel Macron

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