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Por conta de golpe, EUA suspendem toda ajuda econômica a Honduras

EUA não vão reconhecer resultados eleitorais, diz Departamento de Estado. Presidente deposto Manuel Zelaya teve encontro com Hillary Clinton

Presidente deposto Manuel Zelaya mostra documento recebido do Departamento de Estado dos EUA sobre a suspensão forman de parte da ajuda a Honduras após reunião com a secretária de Estado Hillary Clinton, em Washington | Larry Downing / Reuters
Presidente deposto Manuel Zelaya mostra documento recebido do Departamento de Estado dos EUA sobre a suspensão forman de parte da ajuda a Honduras após reunião com a secretária de Estado Hillary Clinton, em Washington (Foto: Larry Downing / Reuters)

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (3) a suspensão formal de parte da ajuda a Honduras, mas evitaram qualificar como "golpe de Estado" a deposição do presidente Manuel Zelaya, ocorrida há pouco mais de dois meses.

O Departamento de Estado anunciou "o término de uma ampla gama de assistência" a Honduras, sem esclarecer a quantia que seria afetada. Sob anonimato, uma fonte oficial disse que o valor atinge 30 milhões de dólares, mas que toda a quantia já havia sido anteriormente suspensa em caráter provisório.

O Exército de Honduras, tradicional aliado dos EUA, depôs o esquerdista Zelaya para evitar que ele alterasse a Constituição de modo a permitir sua reeleição, o que contrariava diversos setores do país.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, decidiu cortar formalmente a ajuda a Honduras no mesmo dia em que receberá Zelaya, que insiste para que Washington exerça mais pressão sobre o governo interino.

Outros líderes latino-americanos também cobram mais empenho dos EUA contra o novo regime, mas alguns parlamentares republicanos dos EUA dizem que o governo já ajudou demais a Zelaya, levando em conta que se trata de um aliado do presidente socialista e antiamericano da Venezuela, Hugo Chávez.

A decisão de Hillary é consistente com uma lei norte-americana que proíbe a concessão de ajuda "ao governo de qualquer país cujo chefe de governo devidamente eleito seja deposto por decreto ou golpe militar." A lei exclui dessa restrição a ajuda humanitária e o apoio financeiro a movimentos democráticos.

No entanto, o Departamento de Estado evitou responder se considerava que Zelaya foi deposto por um golpe militar, afirmando que as circunstâncias da sua saída eram "complicadas" - apesar de, em 28 de junho, ele ter sido retirado do país, de pijamas, a bordo de um avião militar.

"O Departamento de Estado reconhece a natureza complicada das ações que levaram ao golpe de Estado de 28 de junho, no qual o líder democraticamente eleito de Honduras, presidente Zelaya, foi removido do cargo", disse a nota do departamento.

"Esses fatos envolvem questões factuais e legais complexas, e a participação tanto do Legislativo quanto do Judiciário, bem como dos militares."

A nota sugere que os EUA, se mantidas as atuais circunstâncias, não reconhecerão a legitimidade das eleições presidenciais convocadas para novembro em Honduras. "Neste momento, não poderíamos apoiar o resultado das eleições marcadas", disse a nota.

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