Beirute (EFE) O primeiro grande confronto entre tropas israelenses e guerrilheiros do Hezbollah desde o anúncio do cessar-fogo, há cinco dias, aconteceu na manhã de ontem no Líbano.
Israel diz que a missão, ocorrida no Vale do Bekaa, cerca de 60 quilômetros distante da fronteira israelense, tinha o objetivo de impedir a chegada de carregamentos de armas vindos da Síria e do Irã para o Hezbollah.
O incidente aconteceu poucas horas depois do secretário geral da ONU, Kofi Annan, ter classificado o cessar-fogo como "frágil".
A ONU se diz decepcionada com a pequena contribuição francesa para as forças de paz a serem deslocadas para o sul do Líbano 200 soldados.
A ONU quer agilizar a chegada de pelo menos 3.500 soldados de vários países em um primeiro momento, aumentando o contingente para 15 mil, gradativamente.
Preocupação
O Egito expressou preocupação com a operação lançada pelo exército israelense na madrugada passada no vale do Bekaa, no leste do Líbano, e insistiu na importância de que se respeite o cessar-fogo.
Segundo um comunicado do Ministério de Exteriores egípcio, os novos ataques "levam a região à situação de antes da resolução 1701 do Conselho de Segurança", sobre o fim das hostilidades, que entrou em vigor na segunda-feira passada.
O ministério pediu que se proíba "o reatamento dos combates sob qualquer pretexto" e que se atue para "evitar os atos que poderiam agravar a tensão e levar a novos enfrentamentos".
A nota destaca, além disso, a responsabilidade do Conselho de Segurança da ONU em impedir qualquer agravamento da situação e insiste no respeito à Resolução 1701 para permitir o retorno de todos os deslocados e refugiados libaneses a suas casas, assim como o início do processo de reconstrução do Líbano.
O ministro de Defesa libanês, Elias Murr, disse ontem que seu país "revisará" o posicionamento do Exército no sul do país se "as agressões israelenses" continuarem. "O que os israelenses fizeram foi uma provocação para que o Hezbollah lance seus projéteis contra Israel para que assim o Exército israelense possa atacar o Exército do Líbano", disse o ministro, que qualificou a operação militar lançada hoje por Israel no vale do Bekaa, no leste do Líbano, de "violação flagrante" do cessar-fogo.
Murr ameaçou "modificar os planos do posicionamento do exército libanês no sul do país", que começou na quinta-feira quando as primeiras unidades militares tomaram posições ao sul do rio Litani.
Além disso, o ministro libanês exigiu "uma explicação" sobre o que ocorreu hoje em Budai, onde foram registrados confrontos entre milicianos do Hezbollah e tropas israelenses que penetraram em território libanês.
A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que entrou em vigor na segunda-feira passada com o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, estipula que 15 mil soldados do Exército libanês se posicionem ao sul do rio Litani e sejam os encarregados de controlar essa área, até então reduto do Hezbollah.



