Potências mundiais fizeram progresso mas não conseguiram chegar a um consenso nas conversações desta quarta-feira sobre um pacote de incentivos e ameaças para impedir que o Irã desenvolva uma bomba atômica.
- O que ouvimos é que houve um grande progresso - disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, acrescentando, porém, que o acordo ainda não foi fechado.
Representantes dos integrantes permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - China, Estados Unidos, Rússia, França e Grã-Bretanha - e a Alemanha tiveram reunião para diminuir as diferenças sobre como induzir Teerã a suspender o programa de enriquecimento de urânio.
O pacote final provavelmente incluirá o oferecimento de um reator e o fornecimento de combustível para usinas atômicas civis, de modo que o Irã não enriqueça urânio. Enriquecido num nível baixo, o urânio é usado como energia nuclear para as usinas. Se purificado num nível mais alto, pode criar uma reação em cadeia que detona bombas atômicas.
O pacote poderá incluir também sanções se o Irã se recusar a cooperar. Diplomatas disseram que vão discutir sanções específicas, como cancelamento de vistos dos funcionários envolvidos no programa nuclear, antes de serem adotadas medidas que afetem o comércio exterior do país.
Analistas, representantes de governos europeus e a própria Agência Internacional de Energia Atômica acham que os esforços para encerrar a crise poderiam ganhar novo impulso se Washington iniciasse conversações diretas com o Irã, depois de 26 anos de silêncio.
Eles acreditam que um modo de atrair a confiança do Irã seria assegurar que não haverá tentativa de mudança de regime por parte dos Estados Unidos, derrubando o atual presidente iraniano.
O Irã continua dizendo que tem direito à pesquisa de um programa nuclear civil, sob o Tratado de Não-Proliferação, que permite o enriquecimento para fins pacíficos, e diz que isto não é negociável.
As discussões vão prosseguir na Europa. Possivelmente os chanceleres dos países envolvidos na preparação do pacote devem se encontrar para a decisão final, disse um porta-voz da chancelaria britânica.
A suspeita americana de que o Irã vá na verdade desenvolver uma arma nuclear foi reforçada pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, sediado em Londres, que afirmou que há um crescente consenso internacional de que o país desenvolverá armas atômicas. O diretor-geral do instituto, John Chipman, disse acreditar que em 2010 o Irã poderá produzir urânio o bastante para uma bomba, mas 2008 e 2009 estão "dentro da margem de erro".
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