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Estados Unidos, Grã-Bretanha e França devem explicar ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira, a proposta de uma resolução que daria ao Irã nova chance de conter seu programa nuclear.

Mas os aliados ocidentais não devem distribuir um texto ao qual China e Rússia ainda se opõem. Os governos chinês e russo temem que o texto possa terminar em sanções ou até em uma ação militar, apesar de o projeto não citar nenhum dos dois tipos de ameaça.

- Vamos explicar ao Conselho de Segurança (CS) nossas opiniões e dizer o que pretendemos fazer - afirmou o embaixador dos EUA junto à ONU, John Bolton, a respeito da reunião de quarta-feira.

Bolton afirmou que a medida ajudaria a exercer uma pressão maior sobre o Irã e serviria para que todos os 15 membros do Conselho, e não apenas as potências ocidentais, pudessem se manifestar.

O plano é aprovar em breve uma resolução do Capítulo 7 da Carta da ONU, dando força de lei a um comunicado do órgão emitido em março e no qual se pediu que o Irã suspendesse o programa de enriquecimento de urânio.

O processo pode ser usado tanto na fabricação de combustível nuclear quanto na fabricação de bombas atômicas.

A resolução estipularia um prazo para o governo iraniano obedecê-la, mas não haveria a previsão de sanções ou de uma ação militar. O Capítulo 7 permite a adoção de medidas punitivas do tipo, mas uma outra resolução teria de ser aprovada, especificando cada uma dessas medidas.

Não há uma votação marcada para a nova resolução. O texto também deve ser discutido em um encontro marcado para segunda e terça-feira e do qual participarão os ministros das Relações Exteriores da Alemanha e dos cinco membros permanentes do CS - EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China.

O Irã insiste que seu programa nuclear é legal e que não visa à construção de uma bomba. O país acelerou seu programa de enriquecimento de urânio, mas ainda não conseguiu chegar perto de obter o produto necessário para a fabricação de armas.

Para o futuro próximo, os aliados do Ocidente pensam em adotar sanções direcionadas caso o Irã continue a ignorar as exigências do CS. As potências ocidentais esperam contar com o apoio da China e da Rússia nesse caso.

Podem ser objeto dessas sanções um embargo sobre tecnologias para uso militar e civil, a proibição de viagem de líderes iranianos e a proibição de venda de armas. Mas o petróleo não seria alvo das medidas, disse Nicholas Burns, subsecretário de Estado dos EUA para os assuntos políticos.

Ainda assim, temores de que a disputa possa levar à interrupção das exportações iranianas elevaram o preço do petróleo para US$ 74 o barril, na terça-feira, perto do recorde de US$ 75,35 atingido no mês passado.

Burns mostrou-se frustrado com a Rússia e a China.

- Chegou o momento de os países se responsabilizarem, especialmente os países mais próximos do Irã - disse o subsecretário, na terça-feira, em Paris, onde os cinco membros permanentes do CS e a Alemanha se reuniram.

A resolução também declararia o programa nuclear iraniano uma ameaça "para a paz e a segurança internacionais," afirmou o embaixador da China junto à ONU, Wang Guangya.

- Esses são elementos que podem gerar algumas dificuldades - disse na terça-feira.

Se as sanções não forem aprovadas pelo CS, o governo americano deve implementá-las junto com seus aliados, afirmaram Bolton e outras autoridades dos EUA.

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