
LAquila - Três dias depois do terremoto que devastou a região central do país, a Itália começou ontem a enterrar os seus mortos, que chegaram a 272, enquanto tinha uma ideia mais clara dos danos irreversíveis ao rico patrimônio histórico local.
Em visita a LAquila, uma das cidades mais atingidas pelo tremor e que guarda dezenas de construções de inestimável valor artístico e histórico, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, admitiu que muitas delas estão condenadas e terão que cair para ser reerguidas.
Mais de 10 mil construções foram danificadas ou destruídas na região, segundo estimativas iniciais. Agostino Miozzo, da Defesa Civil, disse que a reconstrução pode levar anos, mas não estimou o tempo necessário.
Nos últimos dias, equipes dos bombeiros e da defesa civil tentaram reforçar as estruturas de prédios históricos para evitar que desabassem. Em muitos casos, porém, os tremores secundários tornaram a tarefa impossível como na Igreja Santa Maria do Sufrágio, do século 18. "O nível de destruição chegou a um ponto em que é melhor remover partes inteiras da igreja para tentar reaproveitá-las, disse o engenheiro Ennio Schilachi, da Defesa Civil.
Cada um dos 315 senadores italianos vai doar 1.000 euros (aproximadamente R$ 2.950) para as vítimas do terremoto, enquanto várias instituições estatais abriram contas correntes para receber doações feitas por pessoas de todo o país. A cantora norte-americana Madonna vai doar US$ 500 mil (R$ 1,1 milhão, aproximadamente) para a cidade de Pacentro, onde nasceram dois de seus avós.
Vítimas
O número de mortos pelo terremoto continua a subir e ontem chegou a 272. Há 16 crianças entre os mortos. Os primeiros funerais começaram a ser realizados ontem.
O governo informou que a defesa civil italiana estabeleceu 31 acampamentos e 24 cozinhas comunitárias e posicionou 14 unidades médicas móveis para atender aos milhares de desabrigados em LAquila, a cerca de cem quilômetros de Roma.
De acordo com os números oficiais, quase 28 mil pessoas ficaram desabrigadas, sendo que 17.772 estão em barracas espalhadas pelos 31 acampamentos e cerca de 10 mil estão hospedadas em hotéis.
O prefeito de LAquila, Massimo Cialente, disse que as necessidades básicas das pessoas nas tendas, como abrigo provisório e alimentação, estão satisfeitas, mas pediu por uma rápida melhora nas condições dos alojados nas barracas.



