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Turquia

Prefeito de Istambul preso pede aos turcos que desmantelem “golpe contra a democracia”

O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, reúne apoiadores em frente ao Tribunal da cidade, na Turquia (Foto: EFE/EPA/ERDEM SAHIN)

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O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, considerado o principal rival político do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que foi preso preventivamente - por acusações de corrupção, suborno, fraude em licitações e registro ilegal de dados de cidadãos - pediu à nação que resista ao que ele chamou de "golpe contra a democracia".

"Querida nação, nunca perca a esperança. Juntos, desmantelaremos esse golpe contra nossa democracia, essa mancha negra", escreveu Imamoglu em uma mensagem na rede social X, a primeira desde que sua prisão preventiva foi anunciada.

O tribunal turco deferiu o pedido do Ministério Público para impor a prisão preventiva ao prefeito, detido na última quarta-feira (19), mas recusou impor a mesma medida no segundo caso aberto, por supostas ligações terroristas, em alusão a um acordo pré-eleitoral com o partido de esquerda curdo, DEM, o terceiro maior no Parlamento.

Embora "haja uma forte suspeita de que o acusado tenha auxiliado uma organização terrorista, considera-se desnecessário tomar medidas neste momento, uma vez que sua prisão preventiva já foi decretada por crimes financeiros", diz a decisão do tribunal, citada pela emissora "Halk TV".

Advogados do partido social-democrata CHP, de Imamoglu, irão apelar da decisão de prisão preventiva, anunciaram porta-vozes do partido.

O Ministério Público também deve recorrer da decisão de não impor medidas no segundo caso.

Dos 90 réus nos dois casos, que estão testemunhando desde ontem (22), no Palácio da Justiça de Istambul, a grande maioria está sendo investigada por corrupção e suborno.

Destes, 22, além de Imamoglu, foram detidos preventivamente, e nove foram liberados sob fiança, enquanto os outros ainda aguardam uma decisão judicial.

Entre os réus enviados para a prisão está Resul Emrah Sahan, o prefeito de Sisli, um dos principais distritos financeiros de Istambul.

Nos últimos anos, o governo interveio em vários gabinetes de prefeituras, especialmente nas regiões curdas do sudeste e em Istambul, caso um prefeito seja detido por ligações com terrorismo, mas não toma essa medida quando as acusações são financeiras.

No caso de Imamoglu, ainda há incerteza sobre a decisão das autoridades, já que o caso de corrupção não seria base para uma intervenção e a nomeação de um funcionário do Ministério do Interior para o cargo, disse o chefe do CHP, Özgür Özel.

No entanto, essa possibilidade não pode ser descartada enquanto persistir a "forte suspeita" no caso de terrorismo, esclareceu o líder social-democrata.

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