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Um pregador salafista radical do Egito disse que estuprar e assediar sexualmente mulheres que protestam na Praça Tahrir, no Cairo, é justificado pelo comportamento das ativistas. Em vídeo divulgado nesta quarta-feira (7), Mohamed Ahmad Abdullah, conhecido como Abu Islã e proprietário do canal de TV privado al-Ummah, afirmou que essas mulheres não têm "vergonha, medo e feminilidade" e são "cruzadas", se referindo aos membros das cruzadas cristãs que combatiam os muçulmanos.

"As mulheres nuas ultrapassaram o limite. E pedem a Mursi (presidente) e à Irmandade Muçulmana para deixarem o poder - afirmou Abu Islã."

O pregador descreve as ativistas como "demônios" e afirma que elas não vão à praça em protesto, mas para serem abusadas sexualmente. "Pratique sua feminilidade. É um direito legítimo para você ser uma mulher", afirmou. "E, a propósito, 90% delas são cruzadas e os 10% restantes são viúvas que não têm ninguém que as controle. Vemos mulheres falando como monstros", complementou.

Durante os protestos da Primavera Árabe no Egito contra o ditador Hosni Mubarak, várias mulheres denunciaram ter sofrido estupro coletivo na Praça Tahrir.

A praça voltou a ser palco de protestos em janeiro. Opositores do presidente do Egito, Mohamed Mursi, o acusam de trair o espírito da revolução, concentrando poder em suas próprias mãos e nas da Irmandade Muçulmana, o movimento islâmico banido sob o regime do ditador Hosni Mubarak e que subiu ao poder nas eleições após o levante de 2011.

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