
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, obteve nesta segunda-feira (8) o apoio de parlamentares do seu Partido Trabalhista, depois de admitir erros e assumir a responsabilidade por uma semana de crise política.
Falando a 350 parlamentares um dia depois de uma retumbante derrota do partido nas eleições europeias, Brown mostrou-se arrependido, mas disposto a lutar para permanecer no cargo, depois de perder seis ministros em uma semana, resultado do escândalo decorrente do uso de verbas parlamentares para gastos supérfluos. Vários dirigentes trabalhistas pediram o afastamento de Brown na última semana.
"Sei que preciso melhorar", disse Brown, segundo relato de um porta-voz. "Tenho minhas forças e também minhas fraquezas. Há algumas coisas que posso fazer bem, outras não tão bem. O problema se resolve não afastando-se dele, mas enfrentando-o e fazendo algo a respeito", disse ele, recebendo aplausos e bravos, segundo testemunhas.
O líder da bancada trabalhista, Tony Lloyd, disse que agora há pouca chance de que Brown deixe o cargo. "Não acredito que haja qualquer desafio a Gordon Brown dentro do nosso partido", afirmou à TV Sky News.
Outros participantes do evento, considerados críticos de Brown, disseram que o premiê foi "colocado em observação", sugerindo que por enquanto será preservado.
"Não vamos conseguir um quarto mandato se não acabarmos com essa especulação sobre a liderança", disse o secretário de Cultura dos trabalhistas, Ben Bradshaw, após a reunião de segunda-feira.
A frustração popular com os 12 anos de governo trabalhista se refletiu nos resultados das eleições locais da semana passada e das europeias do fim de semana, quando o ultradireitista Partido Nacional Britânico conquistou suas primeiras duas cadeiras no Parlamento continental.
Os trabalhistas ficaram com 15,7 por cento dos votos, cerca de sete pontos percentuais atrás da sua votação na eleição europeia de 2004. O Partido da Independência do Reino Unido, anti-União Europeia, teve 16,5 por cento, e o Partido Conservador, favorito nas próximas eleições gerais, ficou com 27,7.



