O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff na qual afirma que a melhor solução para o impasse entre Israel e os palestinos ainda é a negociação direta entre as duas partes, sem precondições.
No texto, o premiê afirma que o reconhecimento unilateral do Estado palestino não contribuirá para solucionar os problemas na região.
A carta foi entregue pelo vice-premiê e ministro de Assuntos Estratégicos do país, Moshe Ya'alon, ao chanceler Antonio Patriota, em encontro que durou mais de uma hora no Itamaraty.
Na reunião, o israelense reforçou a posição da carta e ouviu de Patriota que o Brasil era "sensível às ponderações de Israel", mas votaria a favor do reconhecimento palestino na Assembleia Geral da ONU e no Conselho de Segurança, em setembro.
Ontem, tanto a rádio estatal de Israel como uma emissora de tevê do país afirmaram que Netanyahu está disposto a aceitar um acordo de paz com os palestinos baseado na fórmula proposta pelo presidente dos EUA, Barack Obama. Essa informação, porém, não foi confirmada oficialmente pelo governo.
Em discurso pronunciado em maio, Obama havia lançado a ideia de um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967 com intercâmbio de territórios. Na época, a proposta foi rechaçada com veemência pelo premiê.
Um dirigente israelense que não quis se identificar disse à agência France Presse que Israel se dispõe a dar "mostras de flexibilidade dentro dos esforços visando à retomada do diálogo direto com os palestinos". Analistas veem a suposta mudança de posição como fruto da possibilidade de que a ONU reconheça o Estado palestino.
Irã
No Brasil, o vice-premiê Ya'alon pediu também que o país colabore para o isolamento do Irã. Segundo ele, os iranianos têm patrocinado com armas e dinheiro ações violentas da Primavera Árabe, levantes populares espalhados pelo Oriente Médio.



