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O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, admitiu nesta terça-feira (6) que uma empresa da sua família usou a mão-de-obra de prisioneiros de guerra numa mina durante a Segunda Guerra Mundial, e que o governo errou ao negar o fato na época em que ele era chanceler.

Mas Aso, 68 anos, evitou se aprofundar em suas declarações, em resposta a acusações da oposição sobre suas mudanças de postura, o que seria um sinal de liderança inconsistente.

"Pesquisas do Ministério do Bem-Estar no ano passado novamente revelaram que a Mineradora Aso havia utilizado o trabalho de prisioneiros de guerra Aliados", disse Aso à Câmara dos Deputados, em resposta a um questionamento do vice-líder do Partido Democrático.

Nacionalista inflamado, neto de um primeiro-ministro, Aso era criança quando a Mineradora Aso empregou prisioneiros coreanos e de outros países inimigos no conflito. Historiadores dizem que a mina era conhecida pela brutalidade e pelo alto índice de evasão dos trabalhadores.

Aso diz que era novo demais para saber das atividades da empresa. Ao longo dos anos, a mineradora familiar desapareceu, e outras empresas do Grupo Aso ganharam importância - como a fábrica de cimento que o hoje premiê dirigiu entre 1973 e 1979.

O jornal The International Herald Tribune notificou em 2006, quando Aso era chanceler, que a Mineradora Aso havia empregado trabalho escravo de asiáticos e ocidentais.

A chancelaria na época respondeu com uma nota qualificando a informação como "não-razoável".

Aso foi questionado se ele próprio havia ordenado que o ministério divulgasse a nota.

"Entendo que a chancelaria removeu a objeção do seu site desde que descobriu os fatos sobre os quais não poderia estar ciente na época", disse Aso, sem responder diretamente sobre se dera as ordens.

Documentos recém-retirados da poeira de um depósito do Ministério do Trabalho comprovaram o que se passou na mina, embora alguns acadêmicos já tivessem escrito sobre o assunto anos antes.

O vice-líder da oposição disse que a mudança na posição do governo foi similar a outras guinadas do impopular Aso em suas políticas.

A taxa de aprovação popular ao premiê caiu abaixo de 20 por cento, afetando sua capacidade de controlar o governista Partido Liberal Democrático e de tomar medidas destinadas a promover a recuperação econômica.

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